Maior garra de caranguejo fossilizada do mundo tem 8 milhões de anos
Há 16 anos, um adolescente encontrou um caranguejo fossilizado em uma praia na Nova Zelândia — agora, sabemos ser o maior fóssil de caranguejo já encontrado
O fóssil de um caranguejo bastante antigo, com 8,8 milhões de anos, quebrou recordes no que diz respeito ao tamanho de crustáceos — é a maior garra fossilizada já encontrada na história. O tamanho indica que a nova e recém-nomeada espécie pode ser ancestral do atual caranguejo-gigante-da-tasmânia (Pseudocarcinus gigas), que chega a ter mais de 12 kg.
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O espécime foi encontrado na praia Waitoetoe, na Nova Zelândia, na ilha norte do arquipélago. Ele estava na Formação Urenui, que data do Mioceno e faz parte da Bacia de Taranaki, que foi atingida pela erupção marítima do Centro Vulcânico Mohakatino. O evento moldou o ambiente da época e conservou o crustáceo primorosamente. Para saber mais sobre a evolução dos caranguejos, ative as legendas no vídeo abaixo:
Cinzas vulcânicas e lama são sedimentos particularmente bons para a preservação de fósseis, já que cobrem os animais antes que o ecossistema dê conta de sua decomposição, apesar de transformar seu ecossistema em um cemitério. Esse tipo de caranguejo vivia nas profundezas do mar, e é a primeira vez que um deles é encontrado na região neozelandesa.
Gigantes caranguejos do passado
O nome dado à nova espécie foi Pseudocarcinus karlraubenheimeri, homenagem ao paleontólogo amador Karl Raubenheimer, que descobriu o espécime quando era apenas um adolescente e o doou à ciência. Seu provável descendente, o P. gigas, tem garras de até 47 centímetros, mesma envergadura de sua carapaça. O ancestral fossilizado tinha metade deste tamanho.
Segundo os cientistas, caranguejos chegam a tamanhos tão espantosos provavelmente por conta de predadores, mas também pela competição por presas.
As grandes quelas (garras) do P. karlraubenheimeri podem ter se formado em resposta ao grande número de gastrópodes e bivalves que começou a surgir no menu das profundezas marinhas no final do período Cretáceo (65 milhões de anos atrás), inaugurando a linhagem de grandes caranguejos.
Além da descoberta da espécie, a ciência agora sabe mais sobre seu antigo habitat, onde infiltrações de gás traziam CO2 ou metano à junção entre água e sedimento, deixando o ambiente rico em nutrientes. Com isso, mexilhões, lesmas-do-mar e caranguejos menores prosperaram e possibilitaram o crescimento das espécies até chegar ao seu tamanho atual.
Fonte: New Zealand Journal of Geology and Geophysics
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