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Estimulação cerebral torna pessoa mais vulnerável à hipnose

Cientistas de Stanford criam nova técnica que aumenta o nível de suscetibilidade de uma pessoa à hipnose, a partir de estímulos elétricos aplicados no cérebro

5 jan 2024 - 18h06
(atualizado às 22h48)
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Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade Stanford descobriram uma forma de tornar as pessoas mais sensíveis e "vulneráveis" à hipnose, o que envolve uma rápida sessão de estimulação elétrica no cérebro. Só que o efeito de suscetibilidade aumentada dura menos de uma hora.

Foto: MK Hamilton/Unsplash / Canaltech

Mesmo sendo reversível e rápido, os resultados descritos em artigo publicado na revista científica Nature Mental Health são animadores. Isso porque, até agora, a probabilidade de alguém ser hipnotizado, também conhecido como grau de hipnotizabilidade, era considerada como uma característica pouco mutável. Em outras palavras, a técnica só funcionava bem em quem era naturalmente sensível.

"Ficamos surpresos por termos conseguido, com 92 segundos de estimulação elétrica, mudar uma característica cerebral estável e que as pessoas vêm tentando modificar há 100 anos", afirma Nolan Williams, professor associado de psiquiatria e um dos autores do estudo, em nota.

Hipnose é reconhecida pela ciência?

Antes de seguir, vale mencionar que a hipnose é uma estratégia validada pela ciência. Tanto é que, no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) reconhece a prática como terapia auxiliar, quando feita por psicólogos com capacitação nessa área, por exemplo.

Como terapia auxiliar, a hipnose pode ser usada para apoiar tratamentos de ansiedade, depressão, dores crônicas, traumas, fobias ou mesmo vícios (tabagismo e alcoolismo).

"Sabemos que a hipnose é um tratamento eficaz para muitos sintomas e distúrbios, em particular a dor", reforça Afik Faerman, pós-doutorado em psiquiatria e principal autor do estudo. "Mas também sabemos que nem todos se beneficiam igualmente da hipnose", acrescenta.

A partir da neuroestimulação cerebral, nova técnica torna as pessoas mais vulneráveis à hipnose (Imagem: Freepik)
A partir da neuroestimulação cerebral, nova técnica torna as pessoas mais vulneráveis à hipnose (Imagem: Freepik)
Foto: Canaltech

Para ser mais preciso, cerca de dois terços dos adultos (algo próximo de 65%) são classificados como pouco hipnotizáveis, ou seja, são pessoas nas quais estas técnicas dificilmente geram resultados. Por outro lado, um pequeno grupo, com cerca de 15% da população adulta, é considerado altamente suscetível à hipnose.

Melhorando a eficácia da hipnose

Anteriormente, os pesquisadores já sabiam que as pessoas mais vulneráveis à hipnose têm um nível de conectividade mais alto no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo — que atua no processamento de informações e na tomada de decisões — e no córtex cingulado anterior dorsal — responsável pela detecção de estímulos.

A partir disso, os cientistas de Stanford recrutaram 80 pessoas com fibromialgia, ou seja, uma condição que provoca dor crônica. Desta pré-seleção, foram excluídas as pessoas que já eram suscetíveis à hipnose. 

Os "resistentes" foram divididos em dois grupos, sendo que um receberia a estimulação elétrica no córtex pré-frontal dorsolateral. Neste caso, foram aplicadas duas ondas de estímulos com 46 segundos, cada. Enquanto isso, o segundo grupo passou por uma sessão fake de estimulação.

Segundo os autores, os indivíduos que receberam, de fato, a neuroestimulação se tornaram mais sensíveis à técnica de hipnose que os outros. No entanto, a sensibilidade aumentada durou pouco tempo, menos de uma hora.

Agora, a equipe quer entender se sessões mais longas e intensas de estimulação cerebral modificam a resposta. Em paralelo, buscam saber quais são os efeitos da hipnose nesses indivíduos, como no tratamento da fibromialgia.

Fonte: Nature Mental Health e Universidade Stanford    

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