PUBLICIDADE

Astrônomos encontram o buraco negro mais massivo da Via Láctea

Apelidado de BH3, astrônomos da missão Gaia encontraram por acaso o buraco negro mais massivo da Via Láctea

16 abr 2024 - 10h57
Compartilhar
Exibir comentários
Resumo
Astronômos descobriram um buraco negro estelar com 33 massas solares na constelação de Aquila, extremamente próximo da Terra (2 mil anos-luz). Foi preciso usar dados de vários observatórios terrestres para confirmar a descoberta.
Cientistas acreditam que, em três anos, veremos a colisão de buracos negros supermassivos
Cientistas acreditam que, em três anos, veremos a colisão de buracos negros supermassivos
Foto: Gerd Altmann / Pixabay

O buraco negro estelar mais massivo na Via Láctea foi identificado por astronomos, através dos dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), já que ele impõe um estranho movimento de “oscilação” na estrela que orbita ao seu redor. 

De acordo com as informações coletadas do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) e de outros observatórios, a massa do buraco negro é de 33 vezes a do Sol.

Os buracos negros estelares se formam a partir do colapso de estrelas massivas. Até então, os que foram identificados na Via Láctea tinham, em média, aproximadamente 10 vezes a massa do sol. 

O Cygnus X-1 era o buraco negro estelar mais massivo conhecido em nossa galáxia, com 21 massas solares, o que torna essa nova descoberta ainda mais excepcional.

Além da massa impressionante, o buraco negro também está extremamente próximo da Terra: apenas 2 mil anos-luz de distância, na constelação de Aquila. Ele é o segundo buraco negro conhecido mais próximo da Terra e recebeu o apelidado de Gaia BH3 ou BH3.

Qual o buraco negro mais próximo da Terra? Qual o buraco negro mais próximo da Terra?

“Ninguém esperava encontrar um buraco negro de grande massa à espreita nas proximidades, não detetado até agora”, afirmou Pasquale Panuzzo, membro da colaboração Gaia e astrônomo do Observatoire de Paris, parte do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França. "Este é o tipo de descoberta que se faz uma vez na sua vida de pesquisa."

Novas evidências

Para confirmar a descoberta, a colaboração Gaia utilizou outros dados de observatórios terrestres, como o do instrumento Ultraviolet and Visual Echelle Spectrograph (UVES), montado no VLT do ESO, que está no deserto do Atacama, no Chile.

Com essas observações, foi possível revelar as propriedades principais da estrela companheira, que, em conjunto aos dados já coletados de Gaia, deram as informações necessárias para que os astrônomos pudessem medir precisamente a massa da BH3.

Astrônomos já encontraram outros buracos negros tão massivos quanto esse em outras galáxias, usando outros tipos de métodos para detectá-los. Eles teorizaram que os corpos celestes podem se formar a partir do colapso de estrelas que tenham poucos elementos mais pesados que hidrogênio e hélio em sua composição química. 

Comumente chamadas de estrelas pobres em metais por cientistas, elas perdem menos massa ao longo de suas vidas. Por conta disso, acabam acumulando mais material para produzir buracos negros de grande massa após sua morte, porém ainda faltavam evidências da ligação diretamente das estrelas pobres em metais a buracos negros de grande massa.

Estrelas em pares tendem a ter composições químicas semelhantes, ou seja, a companheiro do BH3 possui pistas importantes sobre a estrela que entrou em colapso para formar esse buraco negro excepcional. 

Os dados do UVES pontuam que ambas as estrelas eram pobres em metais, mostrando essa ligação com a teoria dos astrônomos.

A pesquisa foi chefiada por Panuzzo e chamada de "Descoberta de um buraco negro dormente de 33 massas solares na astrometria de pré-lançamento de Gaia", publicada na Astronomy & Astrophysics.

"Nós tomamos a medida excepcional de publicar este artigo com base em dados preliminares antes do próximo lançamento da Gaia, devido à natureza única da descoberta," diz a co-autora Elisabetta Caffau, também integrante da colaboração Gaia. 

Para a colaboração, disponibilizar os dados de forma antecipada permite que outros astrônomos comecem a estudar o buraco negro agora, já que o lançamento completo dos dados estava previsto para o final de 2025.

Fonte: Redação Byte
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade