Anomalia magnética que atinge o Brasil está crescendo e se movendo
A AMAS, região onde magnetismo da Terra é mais fraco, vai cada vez mais para o oeste e têm se enfraquecido, segundo relatório de agências americanas e europeias
Em estudos recentes, cientistas de diversas áreas têm encontrado dados interessantes sobre o campo magnético da Terra, especialmente na Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), região onde o planeta apresenta uma anormal fraqueza no campo, deixando sistemas de navegação como o de aviões e satélites vulneráveis a ventos solares e outras interferências.
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Dados produzidos em conjunto pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos, NASA e Agência Espacial Europeia (ESA) e publicados recentemente indicam que a AMAS está crescendo — um aumento de 5% comparado a 2019 — e se movendo em direção oeste. Atualmente, a anomalia se encontra no centro e sudeste do Brasil, chegando até o continente africano.
O que influencia na AMAS
O campo magnético da Terra é gerado pelo núcleo magmático ferroso do planeta, que, a três mil quilômetros de profundidade, está em constante movimento, fazendo com que seus elétrons emitam magnetismo até a atmosfera.
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The South Atlantic Anomaly is an area between South America and Africa where the minimum magnetic field strength is significantly weaker than average - and it continues to deepen.
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— ESA's Swarm mission (@esa_swarm) April 2, 2024
Engenheiros e cientistas espaciais apontaram, recentemente, que os campos magnéticos dos hemisférios norte e sul são assimétricos, e, ao contrário do que se acreditava, essas diferenças não vêm do clima espacial.
Como dados magnéticos são mais coletados nos pólos, um viés acabava sendo gerado, deixando os modelos incoerentes com a realidade. Os pólos também não são fixos, o que complica o entendimento do assunto. Pesquisadores da Universidade de Michigan, então, compararam observações de satélite com o Campo de Referência Geomagnética (IGRF-13) para mapear melhor as anomalias magnéticas do planeta.
A AMAS é um dos locais mais importantes para estudo pelos geólogos, já que suas interferências podem danificar seriamente aeronaves e satélites locais. Cientistas descobriram que a região tem anomalias desde ao menos 11 milhões de anos atrás, e, nos últimos 200 anos, sofreu alterações profundas em conjunto com todo o campo magnético da Terra, que perdeu até 9% de força nesse período.
Segundo as agências americanas e europeias, a AMAS deve continuar se aprofundando e movendo, e influências externas também podem aprofundar seu efeito magnético — uma delas é o Sol. Tempestades solares causam alterações magnéticas no planeta, como revelado por estudos recentes, ajudando até mesmo a intensificar auroras boreais.
Fonte: JGR Space Physics, State of the Magnetic Field 2023
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