A representante do estado de Goiás, Alexandra Vargas, foi a grande vencedora do concurso Miss Brasil Gay 2001, realizado tradicionalmente em Juiz de Fora, Zona da Mata. Ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, platéia e jurados chegaram à mesma conclusão sobre o transformista mais bem produzido, mais bonito e, portanto, merecedor de levar para casa o título mais cobiçado do mundo gay.
Alexandra Vargas, nome artístico do cabeleireiro Alex Galvão, 28 anos, não era uma estreante nas passarelas. Foi a escolhida pelo público em 1999 e 2000, quando concorreu pelo estado de Tocantins e, mesmo ficando com o terceiro e segundo lugares, respectivamente, desfilou de vencedora, ovacionada pela platéia.
"A emoção é inexplicável", disse ela, num discurso típico de miss, garantindo que o título era a maior emoção de sua vida. Na torcida por Alexandra Vargas estavam a sua mãe, Raimunda Galvão, 70 anos, a sogra Maria Auxiliadora Pena, e o companheiro Pena, dono de um antiquário no Rio de Janeiro.
Nos dois anos anteriores, toda a família voltou para casa decepcionada com o resultado do concurso. "Estamos correndo atrás desse título desde 1999, quando Alexandra também tinha chances", dizia ele, que nos camarins acompanhou toda a produção do companheiro.
"Tivemos vários problemas, o maquiador sumiu, mas tudo foi superado agora", garantiu. A partir de agora, Alexandra Vargas seguirá o caminho natural das vencedoras de todos os concursos: contratos para apresentações por todo o país e no exterior e reconhecimento no mundo gay.
Reconhecimento que ganharam todos os vencedores dos concursos desde sua primeira edição, em 1977. As imagens dos vencedores foi reproduzida no convite para o concurso deste ano e representados na passarela da festa de 2001 pela artista Soraia Jordão.
Aos 43 anos, ela fez há 20 anos uma cirurgia para mudança de sexo e Soraia, agora de sobrenome Brandão, está de volta a Juiz de Fora. "Me separei do meu companheiro há um ano e decidi voltar a morar aqui", diz ela, que tem uma fábrica de produção de cosméticos.
As diferenças entre o primeiro concurso e agora? Ela responde: "em 1977, os candidatos eram todos de Juiz de Fora e agora a produção é muito maior. Não dá para comparar".
O glamour da festa do Miss Gay encanta a todos. Nenhum dos candidatos mede esforços, e dinheiro, para garantir o brilho dos vestidos, a perfeição da maquiagem e o esmero na produção.
Alexandra Vargas, por exemplo, gastou R$ 13 mil para confeccionar o traje típico - que representou o Cupido, um pássaro negro do cerrado goiano cujo canto orienta os boiadeiros - e o vestido de gala. Além do título de miss, também ficou com o troféu de vestido de gala mais bonito e o segundo lugar em traje típico.
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