Conhecido pelos casos polêmicos em que atuou como acusador, a maioria envolvendo figuras conhecidas da política nacional, o procurador da República no Distrito Federal Luiz Francisco Souza revelou ontem, em Porto Alegre, que prepara mais dois processos contra o ex-senador Luiz Estevão, cassado no ano passado.Acusado de envolvimento no esquema de desvio de R$ 169 milhões de obra do TRT paulista, Estevão responde a cinco ações judiciais propostas por Luiz Francisco. Os dois trocaram ofensas pessoais pela imprensa por ocasião da primeira prisão do senador, em 2000, a pedido do procurador.
Convidado a falar sobre o combate à corrupção para alunos da Universidade do Vale do Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, Luiz Francisco teve de ampliar a agenda, que se encerra hoje, para atender a todos os pedidos de entrevistas.
Relatou várias vezes o episódio da gravação da fita em que o ex-presidente do Senado Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou saber como haviam votado os senadores na sessão secreta em que Estevão foi cassado. Ao divulgar o teor da fita, Luiz Francisco provocou a investigação que revelou a violação do painel eletrônico do Senado.
Em um programa de TV, Luiz Francisco pediu aos descontentes com a atuação do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, responsável pelo arquivamento de processos polêmicos, que escrevam ao presidente Fernando Henrique Cardoso para pedir a adoção da lista tríplice na escolha do procurador-geral. Prerrogativa de FH, a escolha passaria a ter a participação dos demais procuradores da República.
