As cenas de violência que os torcedores do Corinthians promoveram nesta segunda-feira, na volta das férias dos jogadores, pode acelerar o processo de fechamento da Gaviões da Fiel. O Ministério Público deve tomar uma atitude ainda neste ano sobre o recurso do promotor Fernando Capez - responsável pelas extinções da Mancha Verde (Palmeiras) e Independente (São Paulo). “Esta bagunça vai ser mais um fato a favor para se usar no processo”, avaliou Capez. “A torcida (Gaviões da Fiel) já está processada, faltando apenas o Tribunal de Justiça determinar seu fechamento”. No julgamento, em primeira instância, o juiz não aceitou o pedido de fechamento da organizada. A promotoria recorreu, há dois anos, e aguarda uma nova data para o julgamento, prevista ainda para este ano.
Os torcedores que invadiram o clube, liderados pelo presidente da organizada, José Cláudio Moraes, o Dentinho, fizeram o Parque São Jorge parecer uma verdadeira praça de guerra. Motivo: insatisfeitos com a eliminação da Libertadores da América para o rival Palmeiras, os corintianos obrigam o time a conquistar o Campeonato Brasileiro e pedem a demissão do diretor de Futebol Carlos Nujud. Ofenderam atletas, jogaram um ovo no carro de Marcelinho e tentaram agredir Edílson. "O Nei (Carlos Nujud) não vai sair? Quero ver quem manda mais aqui dentro, ele ou nós (Gaviões)", gritava o Metaleiro.
Capez responsabilizou os seguranças do clube e a Polícia Militar (PM) pelos incidentes. "Foi um erro grave, uma falha primária, eles permitirem a aglomeração de torcedores." Acha também que "sem a permissão da entrada de torcedores, a confusão seria evitada; o clube deve preservar o seu patrimônio." A demora do julgamento da apelação, feita por Capez, deve-se pelo inúmeros processos que superlotam o Tribunal de Justiça.