A fase da Ferrari na Fórmula 1 continua complicada. Após mais um fim de semana decepcionante, Charles Leclerc admitiu que ele e Lewis Hamilton se sentem como “passageiros” do carro da equipe italiana, incapazes de extrair desempenho suficiente para brigar pelas primeiras posições.
Nos últimos Grandes Prêmios, em Baku e Cingapura, a Ferrari ficou fora do top 5 tanto na classificação quanto nas corridas. A falta de ritmo e os recorrentes problemas de freios, especialmente nas ruas de Marina Bay, acentuaram a crise de performance do time.
“Desde a volta 8, basicamente, foi tudo sobre administrar os freios”, relatou Leclerc após terminar em sexto lugar em Cingapura, enquanto Hamilton cruzou a linha em oitavo.
“Acho que todos precisam gerenciar um pouco, mas estávamos no pior lado das coisas e isso tornou a corrida extremamente difícil. Foi uma prova muito complicada.”
O monegasco destacou ainda que o principal problema não está na estratégia, mas na limitação técnica do carro:
“Infelizmente, não temos o carro para lutar com os da frente. McLaren manteve a mesma vantagem sobre nós desde o início do ano. Red Bull deu um passo à frente em Monza e está no mesmo nível da McLaren. A Mercedes agora também alcançou esse patamar, e depois vem a gente.”
Leclerc reconheceu que a sensação é de impotência:
“Não é fácil, porque queremos lutar por posições melhores. Mas, neste momento, parece que somos apenas passageiros do carro e não conseguimos extrair muito mais dele.”
O piloto descreveu o SF-25 como um carro “dianteiro, mas ainda assim muito instável e imprevisível”, o que agrava a dificuldade de encontrar equilíbrio nas corridas.
Com apenas seis etapas restantes na temporada, Leclerc se mostra pouco otimista sobre mudanças significativas:
“O que vimos neste fim de semana provavelmente é o que teremos até o fim do campeonato.”
A frustração é compreensível. Desde 2021, o piloto não vivia uma escassez de resultados tão grande. Depois de disputar o título de construtores de 2024 até a última corrida quando a Ferrari perdeu para a McLaren por 14 pontos, o contraste em 2025 é evidente.
“Vindo de um ano como o passado, em que lutamos pelo campeonato, chegamos com altas expectativas. Mas, quando não há progresso ao longo da temporada, não é fácil”, admitiu.
Apesar do desânimo com o desempenho do carro, Leclerc garante que não falta motivação:
“Isso exige muita energia, mas não me desmotiva. Pelo contrário me motiva ainda mais a tentar mudar a situação.”