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GROELÂNDIA

Onde nascem os icebergs

NY Times
NY Times
O turismo começa a se desenvolver na
maior ilha do mundo
Voando sobre um fiorde, nosso helicóptero sobrevoava baleias corcundas que mergulhavam, e depois sobre icebergs que flutuavam na calma corrente de uma geleira. Sobre o barulho do rotor, nossa guia, Gitte Johnsen, dava suas ordens em dinamarquês e e inglês, juntando algumas poucas palavras de seu Groenlandês nativo.

Então o Sokorsky branco e vermelho começou a baixar à terra, se movendo em direção aos antigos blocos de granito de uma área de cultivo Viking abandonada. Abaixo, a paisagem nua e marrom estava riscada pelos caminhos dos caribus. De repente, Gitte mudou de pensamento: inclinando-se em uma janela, ela levantou um rifle imaginário, e mirou abaixo em um caribu parado. "Tá, tá, tá", ela disse triunfante.

A visão de um caribu gordo, de fim de verão, tinha despido nossa estilosa guia de sua chique "capa" de Copenhague, para revelar fortes instintos de caçadora, que por milênios possibilitou aos humanos viver nessa bela e exigente área.

Groenlândia, a maior ilha do mundo, flutua nas névoas da consciência americana, assim como o tem feito, nos mares gelados do Atlântico norte. Em jogos geográficos infantis, a Groenlândia é frequentemente retratada como sendo 85% coberta por uma camada de gelo, ignorando o fato de que os 15 % restantes são uma área do tamanho da Noruega, com uma rica cultura e paisagens gloriosas. Mas, pelos últimos 50 anos, virtualmente os únicos americanos a visitarem a Groenlândia foram aviadores, designados para o frio dever da Guerra Fria. Apesar de ficar a menos de ser menos de34 Km do ponto mais ao norte do Canadá, a colônia cultural da Escandinávia na América do Norte permanece longe dos turistas americanos.

Em anos recentes, nativos da Groenlândia tem tentado construir um autonomia política da Dinamarca, com esperanças de um dia conseguir a independência total. Hoje o turismo está aos poucos emergindo como uma das indústrias líderes da ilha. Atraídos pela a prática do caiaque nos fiordes, caminhadas pelas ruínas Vikings, ou simplesmente para observar os icebergs, cerca de 31 mil turistas visitaram a Groenlândia no ano passado, um número grande para uma ilha que possui apenas 56 mil habitantes. A Groenlândia oferece hoje uma infraestrutura básica de turismo de hotéis confortáveis, bons restaurantes, agências municipais de turismo, e bons serviços aéreos e marítimos de transportes conectando as cidades costeiras. Mas com Danes recebendo cerca de 3 quartos dos visitantes, as belezas da Groenlândia permanecem um segredo escadinavo.

Isolamento - Em uma era de homogeneidade globalizada, a Groenlândia oferece uma volta aos anos de 1970: não há CNN na televisão do hotel, nem acesso fácil a internet, ou pessoas acendendo cigarros em cada esquina. A Groenlândia é um canto do mundo onde a influência americana têm diminuído.

A ilha, apesar de ter sido praticamente comandada pelos Estados Unidos durante os anos da Segunda Guerra Mundial, tem apenas 1 base militar do país, em Thule, no extremo norte, das 17 originais. Contatado por telefone, oficiais taciturnos da Força Aérea americanas disseram que não estavam lá para auxiliar visitantes indesejados de seu país natal. Em Nuuk, o escritório de assuntos internacionais do governo agora ocupa uma cabana que, até 1953, era sede do último consulado americano na Groenlândia.

Enquanto os groenlandeses modernos se esquivam dos generosos abraços dinamarqueses, eles esperam atrair mais turistas da América do Norte - entusiastas dos Vikings ou simplesmente aqueles com vontade de explorar. Sem vôos comerciais entre os Estados Unidos e a Groenlândia, os cerca de 1000 americanos que se aventuram anualmente a ir para a Groenlândia, geralmente vêm em um cruzeiro pelo Ártico, ou através da Islândia e do Canadá, os dois países do Atlântico Norte com vôos diretos para a Groenlândia.

No final do último verão, eu estava trabalhando em Iqaluit, então foi um pequeno pulo no que alguns chamam de "Vôo da amizade esquimó" - um vôo semanal da First Air entre o capital do novo território canadense de Nunavut e Kangerlussuaq.

"Eu tenho ido por 25 anos, e nunca perdi um ano", me disse, em Iqaluit, Kenn Harper, um autor e empresário canadense. E acrescentou, referindo-se a Nunavut: "O turismo está se dando melhor na Groenlândia do que aqui".

Uma vez em Nuuk ou Narsarsuaq, os visitantes que não estão com pressa podem trocar a viagem aérea pela Linha Ártica Uniaq, um serviço com dois grandes barcos e um pequeno, que regularmente ligam cerca de uma dúzia de cidades do sul da Groenlândia à costa oeste. De junho ao meio de agosto, barcos viajam cerca de tr~es vezes por semana, na primavera duas e no inverno uma vez por semana. O ritmo mais lento dos arcos permitem ao visitante conhecer os habitantes locais. A freqüência pwrmite aos visitantes desembarcar em uma cidade por alguns dias antes de continuar no próximo barco. Com os barcos cada vez mais populares, são necessárias reservas. (Para maiores detalhes, visite o site www.visitgreenland.com\aul)

Com o tempo curto, eu passeei pela ilha através da Greenlandair, a companhia aérea estatal, quechega a 22 cidades, metade com aviões de asas fixas, metade de helicóptero. Depois de aterrisar em Kangerlussuaq, vindo do Canadá, eu entrei na Groenlândia sem passar por nenhuma checagem de passaporte. Então, eu peguei um shuttle da Greenlandair para Nuuk, por 520 dólares, um tanto caro para um vôo ida e volta de uma hora de duração.

Outros visitantes depois me contaram que eu devia ter ficado por perto. Mais do que uma base militar antiga, Kangerlussuaq é hoje uma base para viagens de um dia oferecidas pela agência municipal de turismo. A mais popular é um safári fotográfico de touros almíscares, uma excursão de 90 minutos que leva os visitantes por entre as paisagens de pedra para ver alguns dos 4 mil animais de olhos sonolentos que se alimentam por ali. A agência também oferece passeios à borda da geleira mais próxima, de jipe ou pônei islandês. De dezembro a abril, cães que puxam trenós levam visitantes a passeios através da neve.

Em Kangerlussuaq e Nuuk, os visitantes podem se sentir tentados por lojas vendendo elegantes casacos e jaquetas feitos de pele de foca. Visitantes americanos podem ver, mas não comprar, já que a legislação americana proíbe residentes americanos de trazerem produtos de pele de foca para os EUA. A legislação estava voltada para a caça de filhotes de focas no Canadá, mas também atingiu a Groenlândia, onde cerca de 5 milhões de focas adultos nadam pelo Estreito de Davis. Apesar de focas na Groenlândia serem tão ameaçadas como cervos nas florestas da Nova Inglaterra, as leis se aplicam igualmente a elas. Isso irrita os groenlandeses, que têm caçado focas por cerca de 4.400 anos.

Exibições de caça ás focas, trenós puxados por cães e outras facetas da cultura histórica da Groenlândia podem ser encontradas, com textos em inglês, no Museu Nacional da Groenlândia, em Nuuk, próximo ao antigo porto colonial. Dentro das salas de exibição estão a Sala da Múmia, uma triste mostra de uma família da região de Qilaqtsoq que morreu, provavelmente em um acidente de barco, cerca do ano de 1475. Suas tatuagens, botas feitas à mão e jóias foram pouco tocados pelos séculos. Do lado de fora, ao ar livre, o cais é um bom ponto de observação de baleias, e os treinos uma nova geração de habilidosos groenlandeses no qajaq, ou caiaque.

A uma pequena distância do museu está uma série de restaurantes que oferecem preços groenlandeses. Se você experimentar o prato nacional, suassat, um cozido de carne de foca muito servido em casas groenlandeses, certifique-se de haver digerido tudo antes de chegar aos inspetores americanos em Ottawa.

Assim como os táxis Mercedes no aeroporto de Nuuk, o serviço em restaurantes pode às vezes parecer um pouco fora de sincronia. Por um lado, os garçons têm uma formalidade escandinava que parece deslocada em Nuuk, que tem uma população de 13,5 mil habitantes. Mas eles podem se distrair. Durante um almoço no restaurante Nipisa, o único garçom ficou no telefone por 15 minutos.

Como o almoço se prolongou por duas horas, eu fui lembrado de um estudo conduzido no final dos anos 90 por médicos dinamarqueses, intrigados com o anormal baixo nível de doenças cardíacas na Groenlândia. Os médicos pesquisaram entre os groenlandeses sobre fatores de risco, inclusive o estresse. Mas, mesmo depois que a palavra estresse havia sido elaboradamente traduzida para a linguagem nativa, cerca de um quarto dos pesquisados disse não saber do que os médicos estavam falando.

Otimistas em uma terra que em qualquer outro lugar é sinônimo de tristeza e inverno, os groenlandeses escolheram como sua bandeira nacional um sol vermelho nascendo sobre o gelo polar. Como o país nunca passou por uma revolução, os moradores escolheram 21 de junho como seu dia nacional. Nessa terra do sol da meia-noite, os groenlandeses focalizam em seu dia mais longo do ano, um dia sem escuridão, um dia sem frio.

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Redação Terra

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