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AMAZÔNIA

Monte Roraima possibilita uma aventura no topo do Brasil

No extremo norte do Brasil, o Monte Roraima - com 2.772 metros - é um mundo à parte, com estranhas formações rochosas, plantas raras e um ambiente eternamente entre nuvens. Chegar ao cume exige dois dias de caminhada dura.

Duas horas de solavancos a bordo de um velho veículo com tração nas quatro rodas cruzando a Gran Sabana venezuelana em meio ao gigantesco Parque Nacional Canaima e chegamos à aldeia de Paraytepui, morada dos índios pemón.

O Monte Roraima está visível no horizonte ao lado do irmão Kukenan, reinando absolutos. Uma visão rara, já que na maior parte do tempo uma névoa grossa os encobre. As dificuldades para chegar a esse lugar remoto e as histórias e lendas que envolvem o monte evocam emoção e adrenalina.

Localizado bem perto do Monte Caburaí, ponto extremo do Brasil, o Roraima é uma formação geológica peculiar, conhecida como meseta (um tipo de chapadão). O topo, aplainado, forma um planalto de 17 quilômetros por 6 km, precipitando-se nas beiradas em paredões verticais com mais de 500 metros de altura. Na região, há muitos outros tepuis, como são chamadas as mesetas pelos venezuelanos. Entre elas o Ayuan, famoso por abrigar o Salto Angel, maior cachoeira do mundo, com 979 metros de altura.

Cobiçado por exploradores - Desde que foi descoberto pelos europeus, o Roraima tem sido cobiçado por exploradores e cientistas. Em 1595, o inglês sir Walter Raleigh embrenhou-se pela floresta do que viria a ser a Guiana em busca de tesouros e avistou o monte. Em seus relatos, fala de uma montanha inacessível coberta de cristais, o que fez aguçar a imaginação dos europeus, que na época andavam às voltas com a lenda de um Eldorado no Novo Mundo.

A partir daí, várias expedições passaram perto do Roraima, mas somente em 1884 o monte foi conquistado pelos ocidentais. O responsável pela façanha foi o botânico inglês Everard Im Thurn, que descobriu uma rota de acesso pelo lado venezuelano. Até hoje, é a única via que dispensa o uso de equipamentos de alpinismo. Por conta disso, a Venezuela é o país que mais lucra com as expedições que vão ao monte, apesar de ele pertencer também ao Brasil e à Guiana.

Pelo lado brasileiro, o monte foi conquistado em 1991 por três alpinistas do Clube Alpino Paulista em uma escalada que consumiu cinco dias no paredão.

Desde então, ninguém mais utilizou a via. Há um projeto do governo de Roraima de criar um núcleo de turismo no sopé do monte, na região que integra o Parque Nacional do Monte Roraima.

O lugar é repleto de cachoeiras e tomado pela Floresta Amazônica, mas é inacessível por terra.

Índios amistosos - Em Paraytepui, quase todos os índios falam espanhol e a comunicação é relativamente fácil. Na aldeia há um posto de fiscalização e informações do Instituto Nacional de Parques (Inparques), entidade governamental que administra os parques nacionais venezuelanos.

No local, solicitamos um guia. Vários pemón rapidamente se prontificaram a passar uma semana no mato, animados com a possibilidade de obterem uma renda extra.

Afora o trabalho como guias, eles vivem da caça e da agricultura de subsistência. A terra é pobre e o pouco que produz é às custas de queimadas, que com o tempo acabam por piorar ainda mais a qualidade do solo. Há quem diga que a Gran Sabana, que tem uma aparência semelhante ao cerrado do Centro-Oeste brasileiro, já foi uma floresta.

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