O fascínio do
Gobustão

Solly Boussidan/Especial para o Terra
Direto de Baku

Não importa a grafia – Gobustão ou Qobustão, pode não soar como um lugar muito convidativo, mas é na realidade uma das atrações mais mágicas do Azerbaijão e, não surpreendentemente, está inscrita na lista de patrimônios da humanidade da UNESCO.

A apenas 60 quilômetros de Baku, esta região é um deserto de pedras – uma paisagem totalmente inóspita e transcendental. Há milhares de anos toda essa região estava submersa no Mar Cáspio, que era cerca de 100 metros mais profundo. Tribos nômades de caçadores pré-históricos viviam nas cavernas, às margens do mar, nesta época e deixaram suas marcas na forma de petróglifos – gravuras cravadas nas pedras da região. Em uma das rochas há ainda uma grafite feita por um soldado romano alguns milênios depois (e há cerca de 2 mil anos).

Se a paisagem extrema, com o Mar Cáspio atual ao fundo, e o patrimônio cultural pré-histórico ainda não lhe convenceram a visitar o Gobustão, acrescente o fato de a apenas 10 quilômetros de distância das cavernas existir a maior concentração de vulcões de lama do planeta (dos cerca de 700 vulcões do gênero catalogados no mundo, 70% deles estão no Azerbaijão). Os vulcões não estão ativos durante todo o ano e vale se informar antes de tomar a pequena estrada que leva até eles.

Como bônus por ter ido ao Gobustão, no trajeto de volta a Baku você ainda terá a oportunidade de ver mais paisagens surreais, praias praticamente desertas e campos de exploração de petróleo (a abertura do filme 007 – O Mundo Não É O Bastante, com Pierce Brosnan, de 1999, foi filmada aqui).