Presos no Paraguai

não querem voltar

Vagner Magalhães, direto de Foz do Iguaçu (PR)

Até o fim de novembro, cerca de 100 brasileiros estavam detidos no Paraguai, enquanto o Brasil abrigava cerca de 320 cidadãos do país vizinho. Dos brasileiros, metade está detida na região de fronteira, em Ciudad del Este. Entre os paraguaios, cerca de 90 cumprem pena em Foz do Iguaçu. Nos dois casos, as prisões, em sua maioria, se deram por tráfico de drogas.

Barcos atravessam do Paraguai para o Brasil com produtos contrabandeados, drogas e armas. Foto: Fernando Borges/Terra

De acordo com Luciane Ferreira, presidente do Conselho da Comunidade de Foz do Iguaçu – órgão de fiscalização para auxiliar o poder judiciário o Ministério da Justiça a facilitar as atividades dentro do sistema prisional -, no caso dos paraguaios, é feito um trabalho para que eles sejam transferidos e cumpram as suas penas em seu país, mais próximo da família.
Problemas com a Justiça no Brasil também fazem com que os brasileiros evitem retornar ao País
Porém, em relação aos brasileiros detidos no Paraguai, a situação é um pouco diferente. “A legislação paraguaia, não é que ela seja diferenciada da nossa. Na verdade, se ele (o preso) for apenado com cinco anos, ele vai cumprir cinco anos. O que acontece é que aqui a gente tem o agravante de ter os crimes hediondos”.Próxima página
Ela exemplifica. “Por exemplo. Hoje, o tráfico, é um crime hediondo. Se ele for apenado no Paraguai, vai cumprir só um sexto da pena. Aqui são dois quintos. A diferença é no cumprimento da pena. Isso é que vai dar a negativa do preso brasileiro de voltar ao Brasil”, diz.

Advogada afirma que brasileiros detidos no País vizinho preferem cumprir pena lá. Vídeo: Fernando Borges/Terra

Até o fim de novembro, cerca de 100 brasileiros estavam detidos no Paraguai, enquanto o Brasil abrigava cerca de 320 cidadãos do país vizinho
Problemas com a Justiça no Brasil também fazem com que os brasileiros evitem retornar ao País. “A grande maioria deles tem problema com a Justiça no Brasil. Se ele voltar, além da pena a que ele foi apenado, terá de cumprir por esses crimes no Brasil”.