Um ex-suboficial do exército chileno declarou na noite desta segunda-feira (26) que o Estádio Nacional de Santiago foi palco de execuções sumárias durante o golpe militar de 1973. Ele afirmou ainda estar disposto a dar os nomes dos violadores.As versões sobre as execuções no maior cenário esportivo do país são persistentes, mas esta é a primeira vez que uma pessoa ligada às forças armadas faz esse tipo de declaração pública, sem esconder o rosto. "Fizeram justiça com as próprias mãos", disse o suboficial Roberto Saldías, alegando que apenas "tomou conta" dos detidos e nunca executou ninguém.
Saldías, em entrevista difundida esta noite pela televisão estatal do Chile, disse estar disposto a revelar as identidades dos violadores institucionais. O ex-militar, que não escondeu o rosto das câmeras de televisão, disse ter sido um dos centenas de guardas do Estádio Nacional de Santiago, utilizado como campo de prisioneiros para dezenas de milhares de chilenos após o golpe militar de 1973.
Ele acrescentou que o estádio, com capacidade para 80 mil pessoas, foi utilizado como campo de execuções. "Algumas pessoas fizeram justiça com as próprias mãos e não foram capazes de mostrar a cara", afirmou. "Eu poderia dizer quem foram eles."