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Fernando Santos
Sábado, 12 Janeiro de 2002, 10h38
terraesportes@terra.com.br

Basquete caipira


O basquete paulista criou raízes no interior do estado e se transformou no centro do esporte no país. Um título pomposo, orgulho dos moradores da região. Mas que, por outro lado, provocou a estagnação no desenvolvimento e na transformação da modalidade da era amadorística para o profissionalismo real.

É inegável o trabalho desenvolvido por aqueles que são carinhosamente chamados de "caipiras". Não se trata de combater esse esforço histórico, que colaborou com enormes resultados para o basquete nacional. Basta lembrar de Franca, a nossa meca. Mas a constatação atual aponta para um esgotamento de recursos, como uma parede que se coloca à frente do progresso.

O basquete brasileiro ainda tem muito dos tempos do amadorismo puro. Clubes e cidades que se movem por paixão. Um diretor que investe quase como uma caridade. Uma situação bastante limitada, capaz de levar o esporte a um outro nível, um outro estágio.

Basta ver o que se passa nos Campeonatos Paulistas. No masculino, quatro equipes do interior disputaram as semifinais, que colocaram Ribeirão e Araquara na grande decisão. No feminino, não foi diferente. Nenhum time da capital, apesar da classificação de duas equipes da Grande São Paulo nas semifinais: Santo André e Guaru, que disputam o prêmio de chegar à final contra Americana.

Com seus mais de 10 milhões de habitantes, maior centro consumidor do país, menina dos olhos das agências de propaganda, São Paulo assiste a tudo isso de longe. O basquete nada, ou muito pouco, consegue penetrar na maior metrópole da América Latina.

Não é culpa do interior, que faz a sua parte, com investimentos à altura, com muito sacrifício. Mas é difícil não reconhecer que a situação chegou a um ponto de estagnação. O passo para o futuro é cada vez mais longo, e a caminhada acontece, na verdade, a passos de tartaruga.

Em breve, será comum ouvir notícias de clubes mendigando novos patrocínios, de jogadores e jogadoras desempregados. Porque o mercado consumidor do interior pode ser hospitaleiro, carinhoso e romântico. Mas não é suficiente para atrair grandes investimentos, capazes de alavancar o real desenvolvimento do basquete.

Enquanto o esporte estiver restrito ao interior, será cada vez mais dramática a situação de clubes e atletas. Isso não significa tirar as equipes de lá e importá-las para a capital. Não. Significa que é preciso criar condições para que o basquete cresça e prospere também na grande cidade, onde terá maiores oportunidades e poderá se consolidar como uma atividade realmente profissional.

 

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