TÓQUIO - O amistoso da Seleção Brasileira, sábado, contra o Verdy Tokyo tornou-se mais inexplicável ainda com os resultados do fim de semana da Liga Japonesa. O adversário do Brasil é um dos piores times do país. Depois da derrota por 3 a 2 para o Sanfrecce Hiroshima, na rodada de domingo, o Verdy passou a ocupar a lanterninha isolada do campeonato. Em dez partidas, perdeu oito, marcou 12 gols e sofreu 20, e está sob séria ameaça de rebaixamento. Dezesseis equipes disputam a competição.

A exposição da Seleção Brasileira ao ridículo é proporcional à fragilidade do Verdy, uma equipe sem prestígio, obrigada a trocar de cidade (de Kawasaki para Tóquio) a fim de não fechar as portas. Na semana passada, no Rio, o técnico Emerson Leão atribuiu a idéia do jogo à direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Uma fonte da entidade, porém, deixou claro que a opção pelo Verdy partiu mesmo do treinador, que trabalhara na equipe em 1995, ainda em Kawasaki.

A partida vai servir como “preparativo" para a disputa da Copa das Confederações, de 30 de maio a 10 de junho. A chegada da Seleção em Tóquio está prevista para o final da tarde de hoje, no Japão, ou início da manhã (no horário de Brasília). A delegação desembarcará no Aeroporto de Nagoya e terá de seguir de trem-bala até a estação central da capital. Depois, um ônibus conduzirá o grupo até o Ana Hotel, localizado no centro financeiro da cidade.

A relação dos 23 atletas inscritos inclui, entre outros, o meia Leomar, o atacante Magno Alves e o zagueiro Cláudio Caçapa. Leão foi o responsável pela elaboração da lista, mas coube à CBF o veto de jogadores de Vasco, Flamengo e Corinthians, em atividade pelas finais dos Campeonatos Carioca e Paulista, e também dos atletas do Palmeiras, que disputa da Copa Libertadores da América. Se não fosse a interferência da CBF, o treinador certamente traria uma seleção mais forte para o Japão.

Dificilmente, no entanto, abriria mão de jogadores medíocres, como Leomar, por exemplo, de quem é admirador confesso. O técnico preferiu deixar fora Rivaldo, do Barcelona; Cafu, da Roma, e Roberto Carlos, do Real Madrid - o trio de jogadores brasileiros mais badalado na Europa. Eles devem disputar a Copa América, em julho, na Colômbia. Antes, podem ser convocados para o jogo com o Uruguai, em Montevidéu, pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2002.

Do grupo de Brasil e Camarões, que estréiam dia 31, ainda fazem parte Japão e Canadá. Classificam-se os dois primeiros para as semifinais. Se o time de Leão ficar em segundo lugar, vai disputar a fase seguinte na Coréia do Sul, onde o país da casa, Austrália, Emirados Árabes e a atual campeã do mundo e líder do ranking da Fifa, a França, compõem a outra chave.

CBF fecha acordo com clubes europeus

RIO - O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, anunciou ontem que a entidade fez um acordo com alguns clubes do futebol europeu para que eles liberem seus jogadores com, no mínimo, sete dias de antecedência para que eles possam se apresentar à Seleção Brasileira antes dos confrontos contra Paraguai, Argentina e Chile, válidos pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2002. Para a partida contra o Uruguai, os jogadores serão liberados com 15 dias de antecedência.

Teixeira disse que para conseguir o acordo teve que divulgar que estava seguindo para a Europa com o objetivo de conseguir a liberação de jogadores para a Copa das Confederações. O dirigente disse que a Seleção teve que abdicar da Copa das Confederações para ter tranqüilidade de treinar para as Eliminatórias. “Se falasse desde cedo que a Copa das Confederações não era nossa prioridade, não teria massa de manobra para negociar com os clubes europeus", afirmou Teixeira. Segundo o dirigente, foram fechados acordos com Milan e Roma, da Itália, Real Madrid e Barcelona, da Espanha, Bayer Leverkusen, da Alemanha, e Paris Saint-Germain, da França. Ainda faltam pequenos detalhes para que sejam feitos acertos também com La Coruña, da Espanha; Lyon, da França, e Bayern de Munique, da Alemanha. Teixeira disse também que conversou com os presidentes de clubes brasileiros e conseguiu deles também antecedência na liberação de jogadores.

Sobre a permanência de Emerson Leão à frente do cargo de técnico da Seleção Brasileira caso o desempenho na Copa das Confederações seja ruim, Teixeira descartou uma demissão. “Esse tipo de pergunta foi feita com o Zagallo, com o Parreira e com todos os técnicos da Seleção. A minha resposta é a mesma de sempre: o Leão é o técnico da Seleção Brasileira.

Time Sub-20 tem três do Cruzeiro

RIO - O técnico Carlos César anunciou ontem a relação com 24 jogadores para a Seleção Brasileira Sub-20. Da lista, fazem parte três jogadores do Cruzeiro: o goleiro Jefferson, o lateral-direito Maicon e o zagueiro Luisão. Os atletas ficarão concentrados na Granja Comary, em Teresópolis, onde farão a preparação a partir de segunda-feira, quando se apresentam, para o Mundial da categoria, que será disputado a partir de 17 de junho, na Argentina.

Mas Carlos César terá de cortar seis jogadores, em razão de a Fifa permitir apenas a incrição de 18 atletas para a competição. Ele, porém, selecionará três nomes, que poderão integrar o grupo, em caso de cortes no meio do torneio. Os jogadores que estiverem envolvidos em decisões dos campeonatos estaduais serão liberados para defender seus respectivos clubes. A data da viagem para a Argentina está prevista para o dia 13 de junho, quatro dias antes da estréia da Seleção contra a Alemanha. Na primeira fase do Mundial, o Brasil ainda terá pela frente o Iraque e o Canadá.

O clube com maior número de jogadores na lista é o São Paulo, com cinco. O meio-campo Júlio Baptista, que vinha sendo convocado, ficou de fora porque está no Japão, com a Seleção principal. Outro que integra a equipe dirigida por Emerson Leão e está ausente da Sub-20 é o volante Rochemback, vendido pelo Internacional ao Barcelona.

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