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Técnico explica fracasso do Vitória na JH
Segunda-feira, 20 Novembro de 2000, 10h47

Salvador - O técnico Ricardo Gomes não conseguiu classificar o Vitória entre os 16 clubes que passaram à próxima fase da Copa João Havelange, o que foi uma grande decepção para a torcida rubro-negra, acostumada nos últimos anos às boas campanhas do clube nos certames nacionais. Ele tenta explicar nesta entrevista o que aconteceu para que o clube fracassasse.

Gomes lamentou que o time tenha perdido pontos importantes em partidas consideradas fáceis. Contrato encerrado domingo, Gomes não sabe se ficará no Vitória, mas tem a consciência de ter feito o melhor e agora é aguardar a decisão da diretoria rubro-negra.

CORREIO DA BAHIA: Que análise você faz do comportamento do Vitória na Copa João Havelange?

RICARDO GOMES- Nós começamos muito bem na Copa João Havelange com a goleada em cima do Palmeiras, por 4 x 1, depois perdemos a velocidade, mas recuperamos durante a competição. Era uma tarefa difícil chegarmos entre os 12 nas últimas rodadas, principalmente na de ontem porque não dependia mais de nós e sim da combinação de outros resultados.

CB: O que faltou ao time para chegar à classificação?

RG- Posso citar 500 mil coisas... o que faltou foi um conjunto de situações que não foram favoráveis; ou foram favoráveis...

CB: Você teve um elenco à altura?

RG - O projeto do Vitória está claro: é a formação de uma grande equipe, que poderia passar ou não pela classificação. Esse projeto do Vitória é no sentido de investir na fabricação de jogadores na sua divisão de base e na manutenção desses atletas. Está claro que dentro de no máximo três anos, o Vitória terá uma grande equipe. É um projeto do clube mesmo que eu não seja o treinador. É uma linha boa e que deve continuar sendo levada a sério e não pode cair no meio do caminho. Só se chega ao ideal quando se tem uma grande equipe e o Vitória ainda não a tem.

CB: Então, como você classifica a atual equipe do Vitória: ela é pequena ou média?

RG - O Vitória possui uma equipe média com o projeto de torná-la grande. Para conseguir esse objetivo, terá que passar por um título nacional. Não se muda isso de um dia para a noite. Independentemente de o Vitória ter o time jovem ou não, ele poderia ter se classificado. A minha intenção era classificar o Vitória para a próxima fase da Copa João Havelange e o do clube é formar uma grande equipe dentro de dois ou três anos.

CB: Na sua opinião, o Vitória deixou de ficar entre os 12 perdendo pontos em casa?

RG- Nós perdemos muitos pontos em casa, como também ganhamos fora de casa pontos que não estavam na previsão, portanto, acho isso muito relativo. Qualquer alegação agora acho que não tem nenhum embasamento.

CB: Faltou um pouco mais de experiência a esse time do Vitória?

RG- O Flamengo investiu em grandes contratações e ficou de fora da segunda fase da Copa João Havelange desde a rodada anterior, enquanto que o Vitória, que nem de longe gastou em relação ao rubro-negro carioca, disputou até a última rodada com chances mesmo que remotas para ficar entre as 12 equipes. A política do Vitória é certa, ou senão terá que investir, por exemplo, como o Flamengo, sem a certeza que será vitorioso. Resumindo: o investimento de alta soma nem sempre é o caminho. O Cruzeiro também investiu muito e foi o primeiro a classificar e o Flamengo não teve o mesmo resultado.

CB: O fato de a competição não ter rebaixamento segurou um pouco os clubes, inclusive o Vitória?

RG- Não só o Vitória como também outros clubes se seguraram. Uns cinco ou seis clubes investiram para a competição.

CB: Por que você sempre assumiu a responsabilidade nas derrotas, quando na maioria das vezes os jogadores, sim, foram os culpados?

RG- O culpado é sempre o técnico, se bem que essa de culpado é meio estranho...(risos). Não pode ser diferente, responsabilizar 11 jogadores porque quem comanda a equipe é o treinador.

CB: Outra coisa: por que você insistiu tanto com Wilson e só o tirou no jogo contra o Atlético Mineiro?

RG- Eu não insisti com Wilson... Ele começou regular, depois caiu, saiu do time e foi substituído por Moura. O Moura se contundiu e a solução foi novamente contar com Wilson que, ao entrar no time, oscilou em bons e maus jogos, a torcida pegou muito no seu pé e chegou o momento que não adiantava mais insistir com ele. É uma questão de preservá-lo. Foi a partir daí que Claiton entrou no time e atuou contra o Atlético Mineiro e o Flamengo. Claiton tem futuro como lateral-direito.

CB: A mesma posição, no entanto, você não teve em relação a Pedro Paulo que jogou pouco?

RG- A situação de Pedro Paulo foi diferente. Na posição de Pedro Paulo, o Vitória tem mais quatro ou cinco zagueiros quase do mesmo nível técnico. Em outra posição, por exemplo, na lateral-esquerda, tem Leandro e Leílton.

CB: Por que Chiquinho não jogou no seu time?

RG- Ele jogou, embora tenha tido poucas oportunidades. Jogadores para defesa e meio-de-campo, o Vitória tem várias opções.

CB: Existe também um certo questionamento em relação ao gol: por que você deixou no banco um goleiro experiente, como é o caso de Jean, e manteve Paulo Musse como titular?

RG- Paulo Musse não decepcionou, pelo contrário. Foi uma opção que fiz e acho que são dois grandes goleiros. Cheguei a pensar e comentar com alguns repórteres que faria um revezamento com Jean e Paulo Musse e depois chegaria a uma conclusão, mas não foi possível. Não tenho queixa de nenhum dos dois goleiros.

CB: O Vitória contratou Bebeto e ele acabou não dando certo. Quando deixou o clube, ainda deitou falação porque você disse ao auxiliar Cristóvão que ele não seria relacionado para o jogo contra o Juventude. O que você achou da posição dele?

RG - Eu tirei e botei vários jogadores sem dar qualquer explicação porque ele saiu do time. Nunca dei satisfação a jogador. Foi assim quando tirei Wilson, Sandoval, Leandro, Moisés, Pedro Paulo, Felipe etc. A mesma maneira que agi com Bebeto, que é um tetracampeão mundial, procedi com Alessandro Bocão, que é menos conhecido e que tem um futuro promissor. É um jogador que começou um pouco tarde, mas que pode ser trabalhado e render muitos frutos. Eu trato Bebeto como qualquer outro atleta: com muito respeito. Se Bebeto não gostou, paciência, não tenho outro comentário a fazer.

CB: Você é um treinador sincero e coerente. Teve sentido a vinda de Bebeto?

RG - O clube contratou Bebeto por ele ser um ídolo nacional. É um grande jogador, um tetracampeão mundial, mas não chegou em forma. Tentamos recuperar a sua melhor condição e não foi possível. Não tenho mais nenhum comentário a fazer.

CB: O que aconteceu com o Vitória, que na maioria dos jogos caiu de rendimento no segundo tempo?

RG - O time do Vitória teve uma certa dificuldade de se reorganizar dentro de determinadas partidas devido à falta de experiência. Isso aconteceu em quase todos os jogos. Isso foi quase uma constante nos nossos jogos: no início era bom, o primeiro tempo mais ou menos e um bom segundo tempo; depois, nós invertemos a situação. A consequência disso tudo foi sempre não fazermos o jogo inteiro mantendo a regularidade em relação ao nível do adversário e tivemos que pagar por isso. A reorganização tem que ser instantânea e não uma estratégia de jogo. Faltou um pouco de cancha a ao nosso time, como falamos no futebol europeu.

CB: A contusão de Allan Delon na sua melhor fase atrapalhou o desenvolvimento da equipe, já que o Vitória perdeu a eficiência na sequência dos gols que ele vinha marcando?

RG - Foi justamente o que respondi anteriormente, que fomos prejudicados por uma série de fatores e a saída de Allan Delon no bom momento em que ele estava acabou sendo ruim para a equipe. A equipe sentiu realmente a sua falta. Depois de recuperado, demorou para ele entrar no ritmo, tanto que ficou vários jogos sem fazer gols e só voltou a marcar contra o Guarani de Campinas e o Atlético Mineiro.

CB: Seu contrato com o Vitória terminou no jogo contra o Flamengo. Já houve alguma conversa dos dirigentes com você?

RG - Não teve nenhuma conversa. Meu contrato encerrou no último jogo do Vitória pela Copa João Havelange. Como não classificamos, o acerto que tínhamos acabou. Vou aguardar a decisão dos dirigentes clube.

CB: Se não ficar no Vitória, tem alguma coisa em vista?

RG - Por enquanto, não. Tenho constantes propostas para voltar a trabalhar no exterior, mas isso já digo e repito que não vou fazer, pelo menos, dentro dos próximos três anos. É uma opção minha de vida e que inclui, evidente, escolhas familiares. Nós ficamos dez anos afastados do Brasil e eles se sacrificaram por mim. Agora chegou a vez de me sacrificar por eles.

CB: Até agora, o que serviu de aprendizado para você trabalhando no Brasil?

RG - A minha primeira campanha no Brasil foi agora, no Vitória, porque comandei a equipe nos 24 jogos, enquanto no ano passado, dirigindo o Sport de Recife, trabalhei apenas em dez jogos. O aprendizado foi bom e o melhor é quando acontecer a conquista de um título nacional. A minha melhor experiência até agora aconteceu em 97 no futebol francês quando fui campeão na Liga dos Campeões. Considero o maior título conquistado até agora, porque participaram os principais clubes europeus. No ano anterior, em 96, disputei uma final da Copa da Europa.

Correio da Bahia


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