Santos - O volante Rincón chegou nesta terça-feira a Jarinu, depois do desentendimento com o presidente Marcelo Teixeira. Por volta das 10h30, o jogador desembarcou na cidade do interior paulista e foi examinado pelo médico do clube, seguindo direto para o tratamento por causa da dor no púbis. Rincón pretendia permanecer em Santos por conta desse problema de saúde e também por estar suspenso automaticamente no jogo de domingo, contra o Coritiba, em Curitiba. Mas, desta vez, a diretoria santista se impôs e domou o colombiano.

Mesmo acostumado a esse tipo de situação criada por Rincón, Marcelo Teixeira não agüentou a “rebeldia” e determinou que o atleta viajasse imediatamente, sob pena de rompimento contratual. Esse gesto é um claro indicativo de que a paciência da diretoria do Santos com o milionário time está acabando.

De um lado, o clube arca com uma folha de pagamento de aproximadamente R$ 3,5 milhões mensais e tem sido obrigado a vender jogadores e a recorrer a empréstimos para honrar esse e outros compromissos. Na outra ponta, a equipe não rende: já provocou a queda de dois treinadores este ano e amarga a 17ª colocação na Copa João Havelange.

"É uma posição injustificável", admitiu o presidente Marcelo Teixeira. Ele já prepara uma mudança estratégica para o próximo ano, quando o time custará muito menos. Isso significa que os jogadores mais caros deverão deixar a Vila Belmiro, incluindo-se aí Rincón, Dodô, Caio e outros. Esse trabalho deveria ser realizado pelo técnico Giba, que já tinha conseguido o aval da diretoria para realizar alterações emergenciais com o objetivo de garantir a classificação. Algumas estrelas poderiam ir para o banco, mas não houve tempo: a pressão da torcida e o movimento dos jogadores acabou derrubando o técnico antes disso.

Problemas - O jogo contra o Bahia foi um divisor de épocas na Vila Belmiro. Ele marcou a estréia de Carlos Alberto Parreira no comando do time. O novo treinador, o terceiro só este ano, pretendia utilizar esta semana de trabalho em Jarinu para conhecer melhor o elenco, introduzindo as alterações táticas na equipe. Ele está podendo fazer apenas uma parte do que planejava. É que Edmundo e Rincón, dois titulares absolutos, estão suspensos.

A ausência no próximo jogo das duas maiores estrelas do Santos revoltou a diretoria, especialmente, porque o time tem que vencer quatro das cinco partidas que tem pela frente para ficar com a vaga. E Parreira havia dito em sua apresentação, que Rincón e Edmundo deveriam servir de exemplo para os demais jogadores. E contava com eles nessa fase decisiva: "São grandes jogadores, que assustam e requerem uma atenção especial dos adversários".

Assim, uma derrota em Curitiba, no domingo, pode acabar com as pretensões de passar para a próxima fase. Para agravar o quadro, outro atleta importante no meio-de-campo, o experiente Valdo, não poderá jogar, por contusão.

Agência Estado