A investida do Opportunity no mundo virtual vai ser ampliada em 2001. Depois do IG, Mercado Eletrônico, Radix, Agência Click e várias empresas especializadas no comércio entre empresas (B2B), o banco vai entrar na onda da educação a longa distância e criar um fundo de private equity (fundos de investimentos fechados) especialmente para isso. ``Estamos pensando em fazer um fundo (private equity) com todas as nossas empresas de Internet e vamos criar um para educação a longa distância, estamos apostando no sucesso dessa área'', disse à Reuters a diretora do Opportunity, Maria Amália Coutrim.
Nem mesmo a perspectiva de prejuízo para as empresas virtuais neste ano desanimam o Opportunity, disse Coutrim.
``Nunca achamos que o IG, por exemplo, desse lucro no primeiro ano, a previsão do lucro é para três anos...mas tivemos empresas de Internet com lucro, como a Agência Click'', informou.
O Opportunity evitou arriscar o lançamento de novos produtos no segundo semestre do ano, segundo Coutrim, devido às incertezas do mercado acionário, principalmente no que se refere à legislação dos fundos de pensão, os principais investidores internos dos fundos do banco.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) havia determinado mudanças na legislação dos fundos de pensão que deveriam ser cumpridas até abril de 2001, porém voltou atrás esta semana.
``Ficamos o ano todo preparando os fundos para esta mudança que não veio, perdemos nosso tempo'', reclama a executiva.
Com regras conhecidas e confiante de que as regulamentações para os ``private equity'' sejam aperfeiçoadas pela Comissão de valores Mobiliários (CVM) entre o final deste ano e começo de 2001, Coutrim aposta no crescimento da indústria de fundos fechados no ano que vem.
Mesmo assim, a situação da economia preocupa e os planos de longo prazo podem ser novamente adiados.
``Eu estou muito preocupada, o Brasil está indo bem, mas pode mudar de uma hora para outra'', disse.
Ela destaca principalmente as perspectivas para a economia americana, que influenciam o mundo inteiro, e que ainda não encontrou solução.
``Tenho lido que este será o pior natal dos Estados Unidos, a economia americana está muito alavancada, os indivíduos estão endividados, pode haver aumento de juros, o que seria um desastre par ao mercado de ações'', disse.
Mesmo assim, a executiva ainda aposta na continuidade de investimentos diretos no Brasil, principalmente no setor de telefonia.
``Sempre haverão setores atraentes, e o de telefonia deve garantir os investimentos diretos no ano que vem'', disse.
O próprio Opportunity pensa em investir pesado para vencer as licitações de telefonia celular cujas vendas estão marcadas para 2001.
``Vamos entrar através da Brasil Telecom em tudo o que pudermos, bandas C, D, E, ..'', adianta.
A diretora explica que depois de ter participado de várias privatizações (telefonia, mineração, saneamento, transportes), o Opportunity vai usar as empresas adquiridas como plataformas de negócios.
``Vamos fazer aumentar essas empresas para num determinado momento poder vendê-las e dar o retorno que os nossos acionistas esperam'', disse a executiva.