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Filme: Instituto de Beleza Vênus






De: Keli Boop
Ainda não fui ver o Instituto de Beleza Vênus, mas, a propósito, o que vc quer dizer com artificialidade material do mundo? Me parece um pouco redundante isso, afinal, tudo o que é sólido desmancha no ar (hehehehehehe). Porquá não gostar de finais felizes, meu caríssimo Gerba?! Seria porque a felicidade não está no fim, mas no caminho? Vc assistiu Nora? É inspirador aquele final em que Joyce, depois de um casa-separa e muita birita, sai de braço com Nora, aquele pôr de sol aquecedor, o mar, a brisa e a esperança. O que seria da vida sem esperança, mom ami?

Tá, coisas meladas são nojentas e pegajosas. Finais felizes babacas são lamentáveis. O difícil é um diretor conseguir um final feliz inteligente. Vc não acha que foi uma boa pro pai de Finnegans wake, se não na vida real, pelo menos na tela, terminar numa boa? Nunca te vi, sempre te amei não deixa de ter um final feliz, de certa forma... Penso que, pior do que final feliz é final babaca, mal feito, aos pedaços; aquelas coisas sem pé nem cabeça, que quando vc vê, as luzes já estão acessas e vc olha pros lados, todos se olham e é aquele silêncio profundo e aquele pensamento em uníssono com a platéia que se arrasta corredor afora: - Acho que fui enganada. Dá vontade de bater no lanterninha, no projecionista, no caixa, no diretor, no autor, no crítico de cinema... Não necessariamente nessa ordem. Acho que vc tem que mudar o resumo do texto/curriculum de apresentação, as filmagens de Tolerânica já encerraram, não?

De: Gerbase
Eu escrevi que "Angèle assiste à derrocada final da inocência de sua jovem colega de trabalho, atraída por jóias e pelo dinheiro (ou seja, pela artificialidade material do mundo)." E concordo que há uma certa redundância no termo, pois a frase funcionaria apenas com "pela materialidade do mundo", ou "pela artificialidade do mundo". Mas não seria a mesma coisa.

Há muitas maneiras de perder a inocência. Angèle perdeu a sua depois de sofrer muito, depois de perder a esperança, depois de encarar a artificialidade (o seu próprio trabalho no Instituto, o seu sexo descartável, as suas relações congeladas) como seu destino. É uma mulher que, de certo modo, despreza qualquer materialidade possível (o amor, por exemplo). Marie, muito mais jovem, muito mais concreta, muito mais esperançosa, vê no dinheiro e nas jóias uma possível escada para a felicidade. Ela sabe que não amará o velho, mas está disposta a fazer algumas concessões para alcançar seus pequenos objetivos. Por isso está "atraída pela artificilidade material", enquanto Angèle já não sente "atração". Angèle está tão mergulhada na artificialidade que esqueceu o mundo real. Será que me fiz entende? Acho que continua confuso. Mas pelo menos tentei.

Quanto aos finais de filmes, você tem toda razão. O primeiro critério não é "ser feliz" ou "ser triste", e sim, "ser um bom final" ou "ser um final lamentável". Mas, e aí é uma questão pessoal, entre um "bom final feliz" e "um final triste", ficarei sempre com o segundo. Acho que o cinema, assim como a literatura e as outras artes, não precisam "dar esperança" para as pessoas. Isso é função de governantes e de líderes religiosos. Os artistas precisam emocionar, fazer pensar, alegrar, entristecer, enfim, precisam sacudir o público de todas as maneiras possíveis. O artista não sabe onde está a felicidade, até porque o ato de criação muitas vezes é doloroso, tanto no meio quanto no fim.

Apesar de ser fã de Joyce, não vi Nora. É um filme recente? Confesso minha ignorância total a respeito. Podes me dar mais informações?

De: Luiz Simeao
A respeito da discussão sobre Rastros de Ódio, pode divulgar meu endereço eletrônico, sem problema: lsimeao@hotmail.com.

Outra coisa: eu tava lendo a SET de dezembro do ano passado e, lógico, havia uma lista dos dez melhores filmes da década. Agora que vamos realmente virar o milênio, quais são os seus?

A minha lista é: Pulp Fiction, Matrix, O silêncio dos Inocentes, Trainspotting, Seven ,O Resgate do Soldado Ryan, O Exterminador do Futuro 2, Titanic, Lanternas Vermelhas, Fervura Máxima. Menção Honrosa: Toy Story, Um Sonho de Liberdade, Os Bons Companheiros, O Jogador, Jurassic Park, O Carteiro e o Poeta.

Na Revista, os mais votados foram: Pulp Fiction, O Silêncio dos Inocentes, Trainspotting, Seven, A Bruxa de Blair, Forrest Gump, A Trilogia das Cores, Matrix , Festa de Famíla, O Show de Truman.

A próposito, se você tiver algum tempo livre, não deixe de ver Entrando numa Fria, com Ben Stiller e Robert de Niro. Simplesmente hilário. Lembra um pouco Um Convidado bem trapalhão com o inesquecível Peter Sellers. Feliz Natal!

De: Gerbase
Depois da overdose de listas de Alta fidelidade, confesso que estou cansado demais para fazer uma lista com o mínimo de critério. Portanto, farei apenas brevíssimos comentários sobre as listas que você enviou:

- Pulp Fiction está nas duas, com todo o merecimento, e estará em qualquer lista séria que se faça sobre a década;

- Acho que, apesar de serem filmes menos inovadores, Trainspotting e O silêncio dos inocentes também têm lugar garantido;

- na sua lista, discordo veementemente de O resgate do soldado Ryan (pelo conservadorismo e pelo clima piegas, apesar de ser um filme admirável tecnicamente) e de Fervura máxima (já esqueci desse filme; qual é o assunto?).

- ainda na sua lista, assino em baixo de O jogador, bem lembrado tributo à genialidade de Robert Altmann, cineasta que permanece entre os grandes há quatro décadas.

- na lista da SET, acho inacreditável que A bruxa de Blair esteja presente. Um filme chatíssimo, cujo único predicado foi usar a Interet como ferramenta de marketing. Lamentável. E até mais.

Instituto de Beleza Vênus (França, 1998). De Tonie Marshall


Carlos Gerbase é jornalista e trabalha na área audiovisual, como roteirista e diretor. Já escreveu duas novelas para a Terra Networks (A gente ainda nem começou e "Fausto"). Atualmente finaliza seu terceiro longa-metragem, Tolerância, com Maitê Proença e Roberto Bomtempo.

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