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Os meninos desbocados da TV invadem as telas dos cinemas



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Eles são os meninos mais desbocados da TV e agora estão invadindo o cinema. South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes, que estréia no Brasil, não é um caso tão radical quanto Fritz the Cat, o lendário desenho de Ralph Bakshi que foi a primeira animação a receber (em 1972) a classificação de X-Rated em toda a história do cinema. Por conta disso, a história do gato priáprico nunca chegou aos cinemas brasileiros. South Park não só chega aos cinemas do País como o subtítulo não poderia ser mais revelador - "Maior, Melhor & sem Cortes". Mas é impróprio para menores de 14 anos, o que significa que se trata do caso raro de uma animação que não se dirige para o público preferencial da Disney.

A série virou um fenômeno cult na TV - no Brasil, passa na MTV, na televisão aberta, e no Multishow e no Locomotion na paga -, um pouco (ou bastante) pelos palavrões que os baixinhos da história não se cansam de proferir, mas também por situações insólitas e até surrealistas, como o personagem que morre no fim de cada capítulo. No cinema ficou tudo maior (e melhor). As legendas oferecem o maior número de palavrões por centímetro quadrado que jamais surgiram nas telas. Aquele com f..., aquele com p... chegam a ser fichinha perto do que Stan, Kyle, Kenny e Cartman dizem. Tudo começa quando o quarteto consegue entrar num filme proibido. Os pais das crianças ficam chocados com o efeito do espetáculo nas mentes infantis. Cria-se uma situação tão extrema que evolui da censura à guerra. Os protagonistas do filme - canadenses - são condenados à morte nos EUA. Os garotos tentam libertá-los. E a confusão - entre famílias, governos e países - está formada.

Quando perguntaram ao diretor Trey Parker, também co-autor do roteiro e das músicas, sobre o que tratava South Park, ele não deixou por menos. Sugeriu que as pessoas lessem o clássico "Moby Dick", de Herman Melville, substituindo a palavra "baleia" todas as vezes que aparece no texto por "canadenses". E o produtor (e também roteirista) Matt Stone deu sua contribuição à tentativa de definir ou catalogar o filme. Disse que é Spartacus "com flatulência".

Nada mais politicamente incorreto - há piadas ofensivas contra judeus, negros, gays e aleijados. Um dos alvos preferidos da mordacidade de Parker e Stone é o iraniano Saddam Hussein. No filme, sugere-se que ele teria morrido e ido (claro!) para o inferno. O nonsense é fazer com que Saddam fique amante do Diabo a quem sodomiza todas as vezes que pode (e que são inúmeras, acrescentando à ação o linguajar mais chulo). Tudo regado a música, pois "South Park" é musical, e dos bons, fazendo a passagem do diálogo para a canção com uma habilidade que falta a certos títulos famosos do gênero.

Uma dessas músicas é conhecida de quem viu a cerimônia do Oscar deste ano. "Blame Canada" (Culpe o Canadá) havia sido indicado para o prêmio da academia. A dúvida era saber se seria apresentada na festa, considerando-se os palavrões que compõem a letra. "Blame Canada" passou no Oscar (mas não ganhou o prêmio) e é um dos melhores momentos do filme. A ironia é tanta que a mãe de um dos pequenos heróis incorpora, lá pelas tantas, o que seria o lema de Hollywood - "Violência irracional pode, desde que sem palavrão."

Parker e Stone, os criadores de "South Park", conheceram-se na Universidade do Colorado. Cursavam cinema, mas, enquanto os colegas se orientavam para o film noir e os filmes de arte, os dois faziam curtas de comédia (e de animação). Há seis anos, Parker escreveu e dirigiu "Cannibal the Musical", baseado na vida de um serial killer do Colorado. O filme chamou a atenção de um executivo do FoxLab, hoje na MTV, que chamou Parker para fazer o cartão de Natal da empresa.

Foi assim que surgiu "The Spirit of Christmas", um curta de animação de cinco minutos que apresenta o menino Jesus e o Papai Noel brigando pela posse do feriado, enquanto as crianças não censuradas que depois viraram as protagonistas de South Park vêem tudo de longe (e fazem os comentários que, quem conhece a série, pode imaginar). O resultado é que Parker (e Stone) tiveram liberdade para fazer "South Parker", que estreou em agosto de 1997, há três anos, e imediatamente se tornou a série de maior audiência de TV a cabo da história. Não admira que "South Park" esteja agora no cinema - maior, melhor e sem censura.

Parker não leva jeito de aprender a 'comportar-se'. Ele fez outro filme, "Orgazmo", sobre um mórmon que vira astro do cinema pornô. Fez o maior sucesso no Sundance Festival. Tudo isso deve preparar o espectador para a experiência que é ver "South Park", o filme. É divertido, inteligente. Realmente maior, melhor - e sem censura, como a garotada da cidadezinha caipira gosta (e seus fãs da TV gostam mais ainda).
(Agência Estado)

 


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Assista ao trailer do filme no site oficial



   
 


SOUTH PARK: Maior, Melhor e Sem Cortes

Título Original: South Park: Bigger, Longer and Uncut
País de Origem:
EUA
Ano: 1999
Duração: 81 minutos
Diretor: Trey Parker
Elenco:
Trey Parker, Matt Stone, Mary Kay Bergman, Isaac Hayes, Jesse Howell









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