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Ambientalista está prestes a doar a milésima bicicleta reformada. Depois vai parar

Remontar, reformar e doar bicicletas é a forma que um morador de Campo Grande (MS) encontrou para contribuir com a natureza

12 mai 2025 - 15h07
(atualizado em 13/5/2025 às 08h29)
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Resumo
Desde 2016, ativista coleta sucatas e as transforma em bicicletas para doar a crianças, jovens e adultos. Idealizador da iniciativa que chamou de A Semente – Projeto Esperança, mato-grossense atua sem patrocínio, guiado pela paixão pela natureza e pela sustentabilidade. Já doou 996 bicicletas.
Ambientalista nato, nascido na zona rural, Valdemir Dias Martins, de Campo Grande (MS), reforma e doa bicicletas.
Ambientalista nato, nascido na zona rural, Valdemir Dias Martins, de Campo Grande (MS), reforma e doa bicicletas.
Foto: Arquivo pessoal

Valdemir Dias Martins, 47 anos, morador do Jardim das Virtudes, periferia de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, em breve doará a milésima bicicleta reformada por ele e, quando atingir esse número, vai parar. Mas por um bom motivo: começará a escrever sua autobiografia.

Ele fundou A Semente – Projeto Esperança, sem patrocínio, iniciativa que, eventualmente, conta com a ajuda de amigos. Nenê, como é conhecido, fez a alegria de 996 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, que ganharam suas bicicletas recicladas.

As reformas e doações começaram em 2016. “Comecei a mexer do nada. Montei a primeira bicicleta, a molecada começou a aparecer em casa. Doei a primeira e outros ficaram querendo. Arrumava e doava, arrumava e doava, e assim foi.”

Não há obstáculo para Valdemir buscar sucatas de bicicleta. Ele vai atrás a pé, com carroça, motocicleta.
Não há obstáculo para Valdemir buscar sucatas de bicicleta. Ele vai atrás a pé, com carroça, motocicleta.
Foto: Arquivo pessoal

Moradores, donos de bicicletarias e ferros-velhos procuram Neném para doar quadros, peças, sucata, tudo transformado em bicicletas, transporte sustentável, em total conexão com as preocupações ambientes mais urgentes – pesquisa Terra Insights indica que o principal tema a ser discutido na COP 30 deveria ser a redução de emissões.

“Bicicleta parada é lixo”, diz ambientalista

“Busco de moto, carriola, trago nas costas, vou em ferro-velho, bicicletaria, ando pela comunidade. Dou bicicleta para criança, adulto, para trabalhar, na creche, quem pedir eu dou”, conta Valdemir.

Segundo ele, os pedaços ou bicicletas inteiras chegam “tudo cadáver”. Às vezes ele “mata uma bicicleta inteira para nascer três ou quatro”, brinca sobre seu método de reaproveitamento de sucatas e bicicletas sem uso.

Frente da casa onde Valdemir mora e onde funciona A Semente – Projeto Esperança, na periferia de Campo Grande (MS).
Frente da casa onde Valdemir mora e onde funciona A Semente – Projeto Esperança, na periferia de Campo Grande (MS).
Foto: Arquivo pessoal

A preocupação principal do Neném é preservar o meio ambiente. “Eu amo plantar, sou apaixonado pela natureza, gosto de chá, quero catalogar ervas medicinais. O lixo tem que ser bem tratado, bicicleta parada é lixo, e eu construo sonhos através disso.”

O projeto é um exemplo individual de sustentabilidade com grandes repercussões na periferia. Dá esperança diante de dados como os que mostram pessoas avaliando como “fraco” o compromisso do Brasil em relação a metas ambientais.

Quem é Valdemir Dias Martins, o Neném?

Nascido na zona rural, Nenê foi uma criança pobre com 13 irmãos. Passou a infância querendo ter uma bicicleta BMX. Não teve, precisou trabalhar desde cedo, vendia sacolé, engraxava sapatos e mudou do interior do Mato Grosso para Campo Grande com 15 anos. Foi tentar a vida junto com o irmão.

O celular de Valdemir Dias Martins está cheio de fotos como esta, monstrando a felicidade de quem ganha uma bicicleta.
O celular de Valdemir Dias Martins está cheio de fotos como esta, monstrando a felicidade de quem ganha uma bicicleta.
Foto: Arquivo pessoal

Envolvido em inúmeras atividades, pai de duas filhas, Neném vai dar um tempo na reciclagem de bicicletas quando completar mil doações. Ele quer escrever um livro sobre sua vida. E tem história para contar.

Uma delas será sua atividade de recolher, organizar e colocar livros em circulação. São obras que recebe de doação ou pega em caçambas de lixo. Até agora, foram 13.480 livros. “A gente precisa ensinar a comunidade que lixo não é lixo”, insiste.

Nenê, homem de tanta fé em Deus quanto nas ações práticas, é aquele tipo de pessoa que não vê obstáculos, só possiblidades. “A vida da gente é um livro, está escrito, só tem que vivenciar”, resume o ambientalista que não quer só viver um livro, mas escrevê-lo.

Fonte: Visão do Corre
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