PUBLICIDADE

Situação de Perséfone de 'Amor à Vida' assusta os homens

A batalha para perder a virgindade da personagem pode acontecer na vida real. Segundo entrevistados, uma mulher na faixa dos 30 anos sem qualquer experiência sexual significa problema para os homens

7 ago 2013 - 08h27
(atualizado às 12h00)
Compartilhar
Exibir comentários
A personagem busca um homem para ter a primeira experiência sexual
A personagem busca um homem para ter a primeira experiência sexual
Foto: TV Globo / Divulgação

Uma das histórias tragicômicas que chama a atenção na novela Amor à Vida é o drama da enfermeira Perséfone (Fabiana Karla) que, em cada capítulo, distribui cantadas diretas em busca de resolver um problema: ser virgem depois dos 30 anos. Por mais que ela faça convites insinuantes e às vezes até parta para cima, literalmente, do pretendente, as investidas da virgem são um fiasco. O motivo? Segundo homens entrevistados pelo Terra, a combinação de mulher aos 30 anos e virgindade assusta o público masculino: “algum problema tem”, disse o administrador de redes Adriano P.

Seja por tabu, trauma, motivos religiosos, problemas de socialização ou a espera pelo “príncipe encantado”, o coordenador administrativo Seiti N. também não enxerga com naturalidade uma mulher na faixa etária sem qualquer experiência sexual. E todo aquele papo de o homem querer ser o primeiro da parceira? Bobagem, segundo eles. “O homem maduro tem receio de namorar mulheres virgens por saber da luta contra os tabus sociais estabelecidos na cabeça feminina. Com uma mulher mais resolvida e entregue à paixão dá para curtir mais a relação”, disse Adriano.

A cena em que Perséfone consegue convencer Daniel (Rodrigo Andrade) a tirar sua virgindade, o recebe em uma casa enfeitada por velas e clima romântico, e pede por uma “noite especial” é similar ao que passa pela mente dos entrevistados sobre os anseios da mulher para a primeira vez. O homem quando não quer compromisso, na opinião do analista de marketing ALK, evita estender a noite com uma mulher virgem. É o que pensa também o engenheiro Fábio S.: “se eu sinto algo e penso em namorar, não tenho receio. Mas se for somente tesão, não acho justo. Melhor fazer (sexo) com outras para não ferir os sentimentos da virgem”.

Mas não é sempre que velas, flores e uma trilha sonora melosa estão na lista de desejos femininos para a primeira experiência. Ao menos com a jornalista Janaína R., 23 anos, a história foi um pouco diferente. Ela “ficava” com um homem mais velho e ele a evitava quando o clima esquentava por medo de assumir compromisso, contou. “Mas eu nunca disse isso, só depois que eu perdi a virgindade com outro cara, tinha 20 anos, é que transamos”, disse Janaína. “A virgindade para a mulher perdeu aquela coisa sagrada, é um peso, todas querem se livrar logo e aproveitar”, opinou.

As investidas de Perséfone sempre acabam mal
As investidas de Perséfone sempre acabam mal
Foto: TV Globo / Divulgação
Idade, virgindade e bullying

E Janaína tem razão, é raro encontrar mulheres virgens com mais de 20 anos. No Brasil, 70% delas têm filhos entre 16 e 24 anos e apenas 9% têm a primeira experiência sexual após os 15 anos, de acordo com o estudo “Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado”, feito em 2010 pela Fundação Perseu Abramo e pelo Serviço Social do Comércio. Nos Estados Unidos, elas costumam perder a virgindade aos 17 anos, mostrou pesquisa do Kinsey Intitute. Quem demora um pouco mais, não tem problemas só com os homens, mas pode sentir certo desconforto nas conversas mais picantes com as amigas. “É como se as pessoas te achassem uma coitadinha e ficam te questionando. Eu sentia vergonha por ser a única virgem entre as meninas”, disse Janaína.

A neuropsicopedagoga Dayana S., 30 anos, perdeu a virgindade após o casamento, aos 26 anos. Foi o tempo levado para encontrar uma “pessoa especial”, período em que teve apoio de amigos, mas também lidou com piadas de “engraçadinhos do colégio” que diziam “resolver o problema rapidinho”. Apesar de não se importar com as brincadeiras, ela criticou o julgamento feito sobre uma mulher virgem com quase 30 anos: “acham que ela tem problemas físicos, neurológicos ou psiquiátricos, mas não sabem o verdadeiro motivo”, disse.   

É o que sente na pele a assistente de TI Carina S., que aos 26 anos ainda não experimentou a primeira noite de sexo, pois não havia encontrado “alguém que valesse à pena”. O que na adolescência não a incomodava, segundo ela, se tornou um problema com o passar dos anos: “as pessoas costumam achar muito estranho, é difícil a sociedade aceitar o fora da curva”, disse sobre ser virgem. Nos relacionamentos com os homens a situação também não é das mais fáceis, pois a maioria se sente pressionado por ser o primeiro, segundo ela.

Cartão de visitas

Para ALK, é importante que a mulher perca a virgindade com “alguém que ame e confie”. No entanto, se o objetivo for iniciar a vida sexual sem a expectativa de relacionamento sério, é preciso saber da a notícia sobre a condição, para não assustar o pretendente. “Ela tem que passar a imagem de que quer apenas sexo e isso não a afeta emocionalmente”, sugeriu Fábio S. Segundo Adriano, a mulher deve conversar e expor para o paquera os motivos pelos quais ela ainda é virgem e manifestar, segundo Seiti, o desejo de ter a primeira relação sexual. 

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade