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Vacinação infantil: médicos comentam a imunização de crianças contra a Covid-19

Aplicação das primeiras doses da Pfizer já começou no Brasil. Confira porque a vacinação infantil é segura e necessária

18 jan 2022 - 11h02
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Vacinação infantil é segura e necessária
Vacinação infantil é segura e necessária
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

A vacinação infantil contra a Covid-19 começou, no Brasil, na última segunda-feira (17). Praticamente um mês após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberar, no dia 16 de dezembro, a aplicação de imunizantes pediátricos da Pfizer, em crianças de 5 a 11 anos de idade, algumas cidades iniciaram o seu plano de imunização.

Composição, eficácia e segurança

Vale lembrar que a formulação e as dosagens das vacinas pediátricas são diferentes dos imunizantes aplicados em adultos. Um estudo realizado pela Pfizer mostrou que o produto fabricado pela empresa alia eficiência para combater casos graves da Covid-19 sem que isso provoque nenhum prejuízo para a saúde das crianças.

"Essas variações de dosagem foram definidas após estudos que mostraram que uma dose menor para essa parcela da população foi capaz de provocar a resposta imune efetiva, considerando que a vacina é dada em duas etapas", comenta o pediatra e pneumologista, Dr. Eduardo Rosset.

Como conciliar a aplicação de outras vacinas

É possível que algumas crianças entre 5 e 11 anos de idade - público-alvo dessa nova fase de imunização contra a Covid-19 -, diferente de outras faixas etárias, ainda não tenham completado todo o calendário de vacinação infantil tradicional.

A recomendação da Anvisa, para casos dessa natureza, é aguardar 15 dias entre a aplicação de diferentes vacinas. "É aconselhável que os pais deem prioridade à vacinação contra o coronavírus, dando sequência nos outros imunizantes depois, respeitando sempre os prazos estabelecidos", explica o infectologista, Dr. Filipe Prohaska.

Necessidade da vacinação infantil

Por causa de uma impressão passada nas primeiras semanas da pandemia, muitos acreditam que o coronavírus só é perigoso para as pessoas idosas, ou que possuem algum problema de saúde pré-existente. De fato, a idade elevada, junto com a presença de comorbidades, tende a elevar o risco de um paciente desenvolver a forma grave da Covid-19 e sofrer complicações mais agudas.

No entanto, pessoas saudáveis e mais jovens não estão livres do problema. "Mesmo que as crianças tenham taxas de óbitos menores do que os adultos, a Covid-19 também pode fazer com que elas desenvolvam a forma grave da doença. Então, a imunização pode ajudar a evitar danos irreversíveis para a saúde", comenta o Dr. Rosset.

Além disso, não se pode esquecer que crianças também podem possuir algum tipo de comorbidade que elevam a sensibilidade ao vírus. Por isso, a vacinação infantil é fundamental para combater a pandemia.

"Estudos recentes em pacientes pediátricos com câncer demonstram a importância e a gravidade da Covid-19 nesse grupo. Aumentar a cobertura vacinal permite que doenças infectocontagiosas não circulem e não se propaguem rapidamente. Por isso, a vacinação se torna indispensável para todos, principalmente em pacientes imunossuprimidos, devido à baixa imunidade" ressalta a Dra. Fabianne Carlesse, infectologista pediátrica do Hospital do GRAACC - referência no tratamento de casos de alta complexidade de câncer infanto-juvenil.

Risco de saúde para não vacinados é maior

Muito se fala também sobre possíveis efeitos colaterais que a vacinação infantil - ou mesmo em adultos - pode causar nas pessoas. No entanto, a maioria das "reações foram leves e são as mesmas de outras vacinas que fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI), como dor no corpo, febre e mal-estar passageiros - podendo durar de 2 a 3 dias na maioria dos casos", explica o Dr. Rosset.

Fora isso, também vale ressaltar que o risco de desenvolver algum problema de saúde por causa da vacina, mesmo em crianças, é consideravelmente inferior do que apresentar complicações após ser contaminado pelo coronavírus. Portanto, a vacinação infantil se faz necessária e segura.

"Os riscos de quadros graves causados pela infecção da covid-19 são muito maiores do que reações colaterais causadas pela vacina. Os imunizantes são um passo importante para contornar o surgimento de possíveis variantes, além de promover a imunidade coletiva", completa o Dr. Prohaska.

"Adicionalmente, a imunização de mais essa parcela das crianças em idade escolar dará mais tranquilidade aos adultos responsáveis, educadores e todo o ecossistema de suporte para a retomada em segurança das atividades neste novo ano letivo que se inicia", finaliza o Dr. Rosset.

Fontes: Anvisa; Dra. Fabianne Carlesse, infectologista pediátrica do Hospital do GRAACC; Dr. Filipe Prohaska, infectologista da Oncoclínicas e Dr. Eduardo Rosset, pneumologista e pediatra.

Saúde em Dia
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