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Vacinação contra a gripe começa hoje no SUS; na rede privada, dose varia de R$ 80 a R$ 130

Campanha inicia com foco em crianças de 1 a menores de 6 anos de idade, gestantes e puérperas; clínicas particulares oferecem vacina tetravalente

10 abr 2019 - 12h29
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SÃO PAULO - A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe começou nesta quarta-feira, 10, na rede pública e tem como foco as crianças de 1 a menores de 6 anos de idade, gestantes e puérperas (com menos de 45 dias após o parto). Os demais integrantes do público-alvo da mobilização, como idosos e pacientes com doenças crônicas, serão imunizados a partir do dia 22. Quem não faz parte dos grupos prioritários, pode tomar a vacina, mas deve buscar a rede privada, onde o preço da dose varia entre R$ 80 e R$ 130.

Nas clínicas particulares, é oferecida a dose tetravalente do imunizante, que contém vírus similares ao influenza A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09, influenza A/Switzerland/8060/2017 (H3N2), influenza B/Colorado/06/2017 (linhagem B/Victoria/2/87), que estão presentes da vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do influenza B/Phuket/3073/2013 (linhagem B/Yamagata/16/88).

"As duas vacinas estão disponíveis na rede privada, a trivalente e a tetravalente, mas 90% da nossa demanda é pela dose com os quatro sorotipos. As pessoas buscam pela proteção maior para viajar e porque a vacina da rede pública não está disponível para todo o público", explica Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVac).

Segundo Barbosa, a vacina trivalente custa entre R$ 60 e R$ 80. A tetravalente varia entre R$ 80 e R$ 120. A reportagem entrou em contato com cinco clínicas na capital e o valor da dose variava entre R$ 110 e R$ 130. De acordo com o presidente da ABCVac, custos de operação podem interferir no preço.

A vacina deve ser tomada todos os anos para garantir a proteção contra os vírus que estão em circulação.

Casos de gripe

Em todo o Brasil, foram registrados 212 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza, dos quais 145 foram por H1N1, sete por H3N2 e 28 por influenza B. Foram 39 óbitos - 38 por H1N1 e 1 por influenza B. No Estado de São Paulo, foram registrados 11 casos, mas não há registros de óbitos.

No Estado de São Paulo, a expectativa é imunizar 90% da população-alvo de 13,2 milhões de paulistas contra o vírus.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, a meta é atingir a cobertura vacinal mínima de 90% entre os grupos prioritários - ou seja, mais de 4,9 milhões de idosos (pessoas com 60 anos ou mais), aproximadamente três milhões de crianças com idade a partir de seis meses e menores de 6 anos de idade; 1,3 milhões de profissionais de saúde; 451 mil gestantes e 74 mil puérperas, além de pessoas com comorbidades, como asma, diabetes, imunodeprimidos e outros.

As ações serão desenvolvidas em mais de 11,4 mil postos de vacinação em todo o Estado, entre postos fixos e volantes, com a mobilização de mais de 39 mil profissionais.

Antecipação da campanha

De acordo com o Ministério da Saúde, o mutirão será iniciado 15 dias antes das campanhas realizadas nos anos anteriores. A campanha será encerrada no dia 31 de maio.

No Amazonas, a mobilização teve início em 20 de março, pois o Estado começou a apresentar casos e óbitos pela doença a partir de fevereiro.

O Ministério informou que, em 2018, foram registrados 17 casos e três mortes por influenza no Estado, dos quais um caso e um óbito foram por H1N1. Neste ano, até março, foram confirmados 138 casos de H1N1 - 28 pessoas morreram com a doença.

Perguntas e respostas

Quais são as diferenças entre os vírus que causam gripe?

De acordo com o Ministério da Saúde, existem três tipos de vírus influenza que circulam no Brasil: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas e não tem impacto na saúde pública, não estando relacionado com epidemias. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias (A/H1N1 e A/H3N2).

O que muda de ano para ano?

Um vírus pode sofrer mutação e trazer infecções mais sérias porque não encontra uma população protegida por exposições anteriores.

A vacinação cobre todos os vírus? Como o imunizante é feito?

A vacina contra gripe ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra todos os tipos. O mesmo ocorre na rede particular. A definição da composição do imunizante muda a cada ano, considerando as cepas que mais circularam no Hemisfério Sul, no ano anterior. Para 2019, a Organização Mundial da Saúde definiu a composição da vacina com duas cepas de influenza A (H1N1 e H3N2) e uma linhagem de influenza B.

Quem não está no grupo prioritário deve buscar vacina na rede privada?

Segundo especialistas, quem puder, deve se proteger.

Há outras formas de se prevenir, além da vacina?

Sim. É recomendável evitar aglomerações e lugares fechados. Além disso, recomenda-se lavar bem as mãos com água e sabão, usar álcool em gel para higienização, manter os ambientes arejados e evitar o contato com pessoas gripadas e resfriadas.

Estadão
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