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Coronavírus

Vacina contra covid-19: o que você precisa saber sobre ela

Especialistas reforçam a importância da imunização e dão dicas para os idosos que já estão vacinados

4 ago 2021 - 14h40
(atualizado em 7/8/2021 às 10h48)
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Vacina contra Covid-19: o que você precisa saber sobre ela
Vacina contra Covid-19: o que você precisa saber sobre ela
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

O Brasil aplicou sua primeira dose de vacina contra a covid-19 no dia 17 de janeiro deste ano. A enfermeira Mônica Calazans recebeu a dose da CoronaVac, imunizante  desenvolvido em parceria entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa Sinovac. Na época, o Brasil registrava quase 210.000 mil vidas perdidas pela doença causada pelo novo coronavírus. 

Após seis meses do início da vacinação, mais de 37 milhões de pessoas estão totalmente imunizadas, ou seja, já receberam as duas doses necessárias ou a vacina de dose única. Esse número representa apenas 17,73% da população do país. A porcentagem de pessoas vacinadas com a primeira dose é de 45,09%. Até este mês de julho, mais de 550 mil pessoas morreram vítimas da covid-19.

A vacinação é essencial para combater a disseminação do vírus. Além das medidas de segurança, como distanciamento social, uso de máscaras e higiene constante das mãos, o Jan Carlo Delorenzi, professor e imunologista, comentou informações importantes sobre a vacinação contra a covid-19.

"Atualmente, o Brasil conta com quatro vacinas, são elas: CoronaVac, do Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, Astrazeneca, imunizante produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Pfizer, do laboratório BioNtech, e a Janssen, do grupo Johnson & Johnson, aplicada em dose única. Com exceção desta última, as demais são todas aplicadas em duas doses. Mesmo com as diferenças de doses e fabricantes, todas têm o mesmo objetivo: proteger a população e erradicar a disseminação do coronavírus.

De acordo com Delorenzi, todo o processo de desenvolvimento de um medicamento é baseado em três pilares fundamentais, sendo eles: segurança, eficácia e qualidade. "Se os três pilares não forem atendidos, não há avanço no desenvolvimento e a consequente liberação do produto". 

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão responsável por garantir que todos os estudos referentes aos três pilares foram realizados. "Uma vez que haja liberação da ANVISA, podemos ficar tranquilos com relação à segurança, à eficácia e à qualidade de um produto", explica o diretor.

A vacinação é um método de prevenção de doenças, uma vez em nosso organismo, o sistema imunológico enxerga esse antígeno como estranho e dispara um processo de reação que levará à ativação de células produtoras de anticorpos.

"No caso específico da covid-19, a vacinação em massa levará à incapacidade do vírus de se disseminar na população porque não encontrará ninguém susceptível à sua entrada. Como o vírus só se replica no interior de células, ou seja, fora de nosso corpo o vírus é incapaz de produzir cópias de si mesmo, ele acabará extinto na população porque não produzirá novas cópias virais capazes de infectar outras pessoas".

Contudo, as pessoas vacinadas podem contrair o vírus, mas isso não é motivo para não tomar a vacina. Delorenzi ressalta que isso acontece porque o motivo primário da criação das vacinas foi a redução de casos graves. "O primeiro objetivo da vacinação não foi necessariamente evitar a transmissão da doença (embora as vacinas façam isso efetivamente), mas sim de reduzir o número de óbitos".

Com um percentual tão baixo de pessoas vacinadas, o vírus continua circulando facilmente, por isso é importante manter as medidas de segurança, como o distanciamento social, uso de álcool em gel e de máscaras. "Sem essas medidas, e no ritmo em que a vacinação acontece no Brasil, demorará muito para que a disseminação viral seja interrompida", relata Delorenzi.

Muitas pessoas pensam que, após contrair o vírus da covid-19, não é necessário tomar a vacina, mas isso não é verdade. De acordo com o Governo do Estado de São Paulo, as pessoas que já se contaminaram com o coronavírus precisam receber o imunizante, assim como toda a população apta a tomar a vacina.

Essa dúvida existe porque as pessoas contaminadas geram resposta imune após a infecção, mas não é algo protetor e duradouro. Ainda de acordo com a publicação do Governo de SP, é recomendado o adiamento da vacinação nas pessoas com sintomas respiratórios até a recuperação clínica total, pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas ou quatro semanas a partir do primeiro resultado positivo do exame, mesmo nos casos de pacientes assintomáticos. 

A campanha de vacinação contra a covid-19 está acontecendo em todo o país, o calendário varia de município para município. Por isso é importante ficar de olho na agenda da sua cidade e acompanhar as notícias no site da sua prefeitura para saber quando será a aplicação da vacina na sua faixa etária.

Apesar de no Brasil a vacinação acontecer de forma mais lenta, já é possível perceber seus efeitos positivos. Em Botucatu, a vacinação em massa foi responsável por reduzir os casos de covid-19 em 71%. A internação e os óbitos entre os idosos também vêm diminuindo no país.

CoronaVac para o público idoso

De acordo com o Rubens de Fraga Júnior, geriatra da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), garante que a CoronaVac é eficaz em idosos. "A vacina foi 42% eficaz no cenário do mundo real de transmissão extensa de P.1.

Mas, a proteção significativa não foi observada até a conclusão do regime de duas doses. Esses achados ressaltam a necessidade de manter intervenções não farmacêuticas quando a vacinação em massa com a CoronaVac é usada como parte de uma resposta epidêmica", ressalta ele.

Em tempos de pandemia, o geriatra recomenda que é importante encorajar este público a permanecer ativo e manter ganhos de força, equilíbrio e flexibilidade, pois isso reduz o risco de queda, fortalece o sistema imunológico e melhora a qualidade de vida.

Fraga Júnior afirma que os idosos podem estar preocupados com sua segurança ao se prepararem para se exercitar em casa, no entanto, pesquisas demonstram que os riscos de exercícios em casa não são maiores do que em um ambiente ao ar livre.

Confira as dicas que o geriatra passou separou para os idosos:

1) Sentar menos e mover mais. "Por exemplo, levantar-se durante cada comercial na TV e fazer uma tarefa ativa ou marchar no lugar. Se possível, dar um passeio ao ar livre é uma ótima maneira de se manter ativo e aproveitar os benefícios do ar fresco e do sol";

2) Mova seu caminho. "Se os idosos estão muito ocupados para fazer exercícios, eles podem fazer as coisas e permanecer fisicamente ativos ao mesmo tempo. A atividade física não é uma tarefa árdua se você fizer atividades físicas de tarefas!";

3) Pratique todos os quatro tipos de exercícios: para resistência, força, equilíbrio e flexibilidade;

4) Para ficar seguro durante os exercícios: Ouça seu corpo, sempre aqueça antes do exercício e esfrie depois; esteja ciente de seu ambiente, certifique-se de estar ao alcance de um balcão, encosto de um sofá ou uma cadeira resistente que esteja encostada na parede, para o caso de você perder o equilíbrio e precisar se segurar em algo, beba água antes, durante e após o exercício, mesmo que não sinta sede, e use sapatos e roupas adequadas. Permaneça motivado!

5) Além disso, o profissional destaca que, embora nenhum alimento ou suplemento dietético possa prevenir ou curar a infecção por covid-19, dietas saudáveis são importantes para apoiar o sistema imunológico. Uma boa nutrição também pode reduzir a probabilidade de desenvolver outros problemas de saúde, incluindo obesidade, doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer.

Fraga Júnior ainda diz que, para manter o sistema imunológico forte durante a pandemia, é necessário não fumar, fazer uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos inteiros, se exercitar regularmente; manter um peso saudável; controlar o nível de estresse e a pressão arterial, consumir bebida alcóolica com moderação, dormir o suficiente, lavar as mãos com frequência, e tentar não tocar o rosto.

"A evolução desse vírus é desconhecida e o fim da pandemia pode se estender por vários anos e, portanto, restrições e distanciamento social permanecerão por muito tempo. Isso pode afetar os níveis de atividade física e, como resultado, pode levar a um maior risco de quedas e incidência de deficiência em um futuro próximo em idosos.

Por esse motivo, nos próximos meses e anos, haverá um aumento substancial no número de quedas em idosos como consequência de menos atividade física durante a pandemia da covid-19. Esse fato levará a um aumento de óbitos e incapacidades nessa população. É preciso ter cautela", finaliza ele.

Fontes: Jan Carlo Delorenzi, professor e imunologista, diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e Rubens de Fraga Júnior, geriatra da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).

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