PUBLICIDADE

Uso de radiação nos pulmões pode acelerar recuperação de pacientes com covid-19, diz estudo

Radioterapia diminuiu de 12 para 3 dias o tempo de melhora em pacientes com pneumonia causada pelo novo coronavírus, mas estudo foi realizado com grupo pequeno e resultados aguardam revisão

16 jul 2020 - 12h02
(atualizado às 13h53)
Compartilhar
Exibir comentários

Uma dose baixa de radiação nos pulmões de pacientes com pneumonia causada pelo novo coronavírus pode levar a uma recuperação mais rápida, aponta estudo realizado com um pequeno grupo pela Universidade Emory de Atlanta, nos Estados Unidos, divulgado na terça-feira, 13. Os resultados ainda aguardam a revisão por outros médicos, procedimento usual na publicação de artigos científicos.

Dez pacientes foram tratados com radiação e comparados a outros dez, com idades semelhantes, que receberam o tratamento convencional sem radiação. No primeiro grupo, foram necessários três dias, em média, para melhora significativa, em contraste com os 12 dias que o outro grupo levou.

"As pessoas que receberam radiação eram um pouco mais velhas, estavam um pouco mais doentes e seus pulmões estavam um pouco mais afetados. Apesar disso, observamos um sinal forte de eficácia", disse o médico Mohammad Khan, um dos autores da pesquisa. Ele apontou que, neste grupo, o uso de medicamentos foi interrompido antes e depois do tratamento, então os resultados refletem apenas o efeito da radiação.

Segundo Khan, a radioterapia pode reduzir a inflamação nos pulmões de pacientes com covid-19 e reduzir citoquinas - proteínas fabricadas pelo sistema imunológico - que causam essa inflamação.

Outros efeitos potenciais incluíram tempo mais curto para alta hospitalar - 12 dias para o grupo que recebeu radiaçã, em comparação com 20 dias para o grupo que não recebeu - e risco mais baixo de precisar de ventilação mecânica, sendo 10% de chance no primeiro grupo e 40% no segundo grupo. Porém, essas duas diferenças são muito pequenas para descartar a possibilidade de acaso, alertam os pesquisadores. Assim, ainda é cedo para afirmar que esse tipo de tratamento é eficaz contra o novo coronavírus.

Os resultados referentes aos cinco primeiros pacientes for aceitos para publicação no periódico médico Cancer. Os pesquisadores lançaram ensaio randomizado e controlado do tratamento e esperam incluir outros centros médicos. / Reuters

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade