PUBLICIDADE

Tratamento oral reduz consequências de infarto sobre coração

22 jun 2017 - 14h50
Compartilhar
Exibir comentários

Cientistas de um centro espanhol demonstraram em um teste com ratos a efetividade de um tratamento oral que reduz as consequências do infarto de miocárdio sobre a função cardíaca, inclusive se a medicação for administrada um dia após o infarto.

O grupo de Pesquisas de Doenças Cardiovasculares do Vall d'Hebron Institut de Recerca de Barcelona (VHIR), liderado por David Gacía-Dorado, fez o estudo com ratos e nele foi demonstrado pela primeira vez que é possível a inibição crônica das calpaínas (algumas enzimas ativadas pelo aumento do cálcio intracelular) mediante um tratamento oral que atenue os danos no coração após um infarto agudo de miocárdio.

O estudo, publicado na revista "Cardiovascular Research", utilizou um modelo de infarto por oclusão coronária transitória em ratos para demonstrar que as calpaínas persistem superativadas durante as semanas seguintes a um infarto.

Essa superativação desempenha um papel fundamental na aparição do remodelamento ventricular adverso, uma série de mudanças que afetam o coração após o infarto favorecendo a aparição de arritmias.

"A administração oral diária de um novo inibidor das calpaínas - com propriedades que o fazem ser absorvido por via oral - previne essa superativação, reduz o remodelamento ventricular e melhora a função contráctil em 21 dias, inclusive se o tratamento começar um dia após a oclusão coronária", resumiu Javier Inserte, pesquisador do VHIR.

O tratamento diminui a hipertrofia, a fibrose e a inflamação no miocárdio não infartado.

Segundo os pesquisadores, os resultados sugerem que este efeito protetor da inibição da calpaína ocorre sobre moléculas reguladoras na expressão genética.

"Este estudo demonstra pela primeira vez que a inibição crônica das calpaínas é possível mediante um tratamento oral e pode representar uma estratégia terapêutica direcionada a atenuar o remodelamento adverso e a insuficiência cardíaca em pacientes que sobrevivem a um infarto agudo de miocárdio", ressaltou García-Dorado.

O infarto de miocárdio, um quadro causado geralmente pela obstrução trombótica de uma artéria coronária, é uma das principais manifestações da cardiopatia isquêmica.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade