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SP estima que vagas de UTI estarão lotadas até maio

Rede já tem hospitais com 70% de lotação; João Doria (PSDB) deve definir mudanças no esquema de isolamento social na semana que vem;

15 abr 2020 - 14h13
(atualizado às 14h22)
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SÃO PAULO - Com 1.143 pessoas internadas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Estado de São Paulo até a tarde de terça-feira, 14, o governo paulista estimou nesta quarta, 15, que, até o fim do mês, todos as vagas para este tipo de internação estarão lotadas no Estado, o que impossibilitará a chegada de novos pacientes. Os leitos emergenciais que estão sendo instalados em locais como o Hospital das Clínicas, na capital, para evitar o colapso no sistema de saúde, devem ficar lotados até julho.

Cerca de 50% de todos os leitos de UTI do Estado já são ocupados por pacientes do coronavírus. "Vivemos de cenários. Temos que entender que, se mantivermos esse grau de isolamento social, podemos inferir que provavelmente teremos uma lotação dos leitos de UTI a partir do mês de maio e, após os leitos que ainda temos para colocar, seria para o mês de julho", disse o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

"Temos duas reservas, vamos chamar assim. Uma que deve se esgotar, ou lotar, até o final de maio, e outra até o final de julho", complementou.

Governador João Doria (PSDB) em coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Governador João Doria (PSDB) em coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Governo do Estado de SP/Divulgação / Estadão Conteúdo

"Há um aumento indiscutível do número de casos de internamento", disse o coordenador do Centro de Contingência do Covid-19 em São Paulo, David Uip. Ele destacou que hospitais como Mandaqui e Hospital das Clínicas já têm mais de 70% dos leitos ocupados por pacientes com o novo coronavírus. "Já há uma pressão muito importante em cima do sistema de saúde de São Paulo".

Segundo Uip, "esse é o grande gargalo. Não é só o leito de UTI, é o que compõe o atendimento ao doente grave, que pode começar na enfermaria e pode terminar até após a UTI." O médico disse ainda que o estresse no sistema não é só para leitos, citando "equipamentos, não só respirador, equipes treinadas e protocolo". Ele afirmou que o Estado estimou, origianalmente, necessitar de 1.400 leitos novos, e que já viabilizou 1.570.

SP avalia mudanças no isolamento na semana que vem

A ocupação das UTIs ocorre enquanto os dados coletados pelo governo com as operadores de telefonia apontarem que apenas 50% da população do Estado está respondendo aos pedidos para ficar em casa. O governo vinha apontando que, para proteger o sistema de saúde, o ideal era que esse percentual fosse de 70%.

O governador Doria, entretanto, afirmou que o Estado só deve divulgar efentual aumento nas restrições à circulação de pessoas na semana que vem, a partir do dia 22, quando vence o atual periodo de quarentena decretado pelo governo. "Vamos até continuar insistindo e apelando para a população de São Paulo continuar em casa", disse Doria.

David Uip chegou a dizer que o número de 50% era "bom", levando em consideração que outras cidades do mundo que enfrentam a doença só chegaram a patamares nesse nível adotando o isolamento total, opção que ainda não estaria na mesa em São Paulo.

As informações foram repassadas em entrevista coletiva, no Palácio dos Bandeirantes, em que Doria anunciou também que, nesta quarta, teve início a distribuição de 1 milhão de cestas básicas para família de baixa renda. "As primeiras 20 mil cestas começam a ser distribuídas hoja, na Grande São Paulo", disse Doria, ao relatar uma ação de deve durar até o fim do mÊs. O envio das cestas está sendo feito em parceria com as prefeituras e tem como alvo cerca de 4 milhões de pessoas que vivem em famílias com renda per capta mensal de até R$ 89.

Segundo Doria, empresas do setor privado já doaram R$ 367 milhões para auxiliar ações do Estado, em espeicial a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para servidores, como policiais militares.

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