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Sobe para 17 número de casos de pólio confirmados na Síria

20 jun 2017 - 11h50
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta terça-feira que o número de casos confirmados de poliomielite de origem vacinal na província síria de Deir al Zur (nordeste do país) subiu para 17, de um total de 65 crianças que sofrem de flacidez muscular aguda.

Todos os casos, com a exceção de um, ocorreram no distrito de Mayadeen, na província de Deir al Zur, e um em Al Raqqa, ambas zonas controladas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e que atualmente estão quase inacessíveis para a entrada de assistência humanitária.

O tipo de poliovírus que circula nessa área da Síria não corresponde ao habitual (selvagem), mas um derivado da vacina antipoliomielítica oral (VPO), e que infecta as crianças não imunizadas que entram em contato com as fezes de alguém que está vacinado.

Este é primeiro reaparecimento da pólio na Síria desde uma epidemia que ocorreu entre 2013 e 2014 na mesma região, mas, por se tratarem de tipos diferentes, os dois surtos não estão relacionados.

Até agora o vírus foi isolado em 17 crianças que começaram a mostrar sinais de paralisia no início de maio, ainda que novos exames em pacientes com flacidez muscular tenham dado negativo.

O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, lembrou que a entidade não se surpreenderá caso surjam mais casos de pólio, dado que, para cada confirmação, é sabido que há 199 infecções assintomáticas.

A OMS considera que o conflito armado e a insegurança na Síria ameaçam a assistência médica na zona afetada e são o maior desafio para lançar uma campanha de vacinação específica e controlar o surto da doença, ainda que no passado tenha sido possível fazer imunizações parciais.

Para isso, a Organização está fazendo avaliações que permitirão determinar quantas doses deve enviar (procedentes das reservas existentes), bem como quem e como será realizada a imunização das crianças em Deir al Zur, onde vivem 90 mil menores de cinco anos.

Acredita-se que há 200 mil civis na cidade, após constantes deslocamentos forçados da população por conta do conflito e da presença do EI.

A poliomielite é uma doença muito contagiosa causada por um vírus que invade o sistema nervoso e pode causar paralisias em questão de horas.

A OPV contém um vírus vacinal atenuado que ativa uma resposta imunológica no organismo e que durante um tempo limitado se multiplica no intestino, gerando a produção de anticorpos.

A OMS explica que esse vírus vacinal também é encontrado nas fezes e pode, assim, se propagar antes de morrer. Mas em casos excepcionais de população sub-imunizada, pode circular durante mais tempo e sofrer mudanças genéticas que voltam a lhe conferir a capacidade de produzir paralisias.

Paquistão, Afeganistão e Nigéria são os últimos três países endêmicos da pólio.

EFE   
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