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Sarampo já mata mais que ebola na República Democrática do Congo

ONG Médicos sem Fronteiras alerta que mais de 2.700 pessoas, a maioria criança, morreram no país africano por causa do sarampo

20 ago 2019 - 14h29
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KINSHASA - Pelo menos 2.758 pessoas, a maioria criança, morreram desde janeiro por causa de um surto de sarampo que afeta 23 das 26 províncias da República Democrática do Congo (RDC), afirmou nesta segunda-feira, 19, a organização não governamental Médicos sem Fronteiras (MSF), que ressaltou a necessidade de arrecadar mais fundos. O número de vítimas da doença no país africano já supera a quantidade de mortos pelo ebola.

"Esta epidemia de sarampo, declarada em junho deste ano, já é a pior que o país enfrenta na última década, com mais de 145 mil contágios", declarou o coordenador da equipe de emergências dos MSF na RDC, Fabrizio Andriolo. "Os US$ 2,5 milhões arrecadados dos US$ 8,9 milhões necessários para o plano sanitário de resposta não são suficientes. O contraste com a epidemia de ebola no leste do país, que atrai múltiplas organizações e centenas de milhões de dólares, é alarmante."

A atual epidemia de ebola, que há um ano atinge o nordeste do país, concentrada nas províncias do Kivu do Norte e Ituri, soma 1.934 óbitos de um total de 2.877 casos, segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Dois meses depois da declaração oficial e poucas semanas antes do começo do ano letivo, a epidemia de sarampo não mostra sinais de desaceleração. Na verdade, desde julho piorou com um aumento de novos casos em várias províncias", descreveu em comunicado a chefe de missão dos MSF na RDC, Karel Janssens.

Graças a um equipe móvel, médicos no terreno dos Médicos sem Fronteiras são capazes de chegar às áreas mais remotas, assim como de manter as condições de temperatura adequadas para a vacinação, da qual já foram alvo quase 475 mil crianças entre 6 meses e 5 anos.

"Existem múltiplos fatores por trás desta epidemia", confirmou Andriolo, "mas a única maneira de combatê-la é a vacinação". "Se a população não está vacinada, haverá sarampo." /EFE

Estadão
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