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Resistência a antibióticos se espalha 10 mil vezes mais rápido que o esperado, mostra estudo

Em meio à pandemia de covid-19, que agrava o fenômeno, pesquisa mostra como funciona mecanismo de bactérias para disseminar genes resistentes

28 jul 2020 - 18h29
(atualizado às 19h26)
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Pesquisadores da Universidade Complutense de Madrid (UCM) e a Universidade de Barcelona (UB) divulgaram nesta terça-feira, 28, estudo que identifica mecanismo das bactérias de espalharem genes resistentes a antibióticos com eficiência até 10 mil vezes maior que a conhecida até o momento.

"A resistência aos antibióticos continua sendo o maior problema sanitário da humanidade", afirmou a UCM em comunicado. Segundo a universidade, a pandemia de covid-19 deve aumentar essa proteção das bactérias por conta do uso massivo de medicamentos do tipo durante o surto da doença.

De acordo com a pesquisa, um dos maiores desafios no combate à disseminação das bactérias resistentes é saber como essa característica é espalhada. Publicado na revista científica "Journal of Antimicrobial Chemotherapy", o estudo revela que esses micro-organismos empacotam os genes da resistência em vírus bacterianos, os fagos, e assim conseguem passar essa característica à distância para bactérias que antes eram sensíveis.

A chave do mecanismo está na cooperação dos vírus com esses genes. Quando os dois se encontram em fragmentos de DNA, chamados plasmídeos multicópia, os fagos são capazes de transportar os genes até outras bactérias, injetá-los e transformá-las em resistentes.

Os genes da resistência em bactérias se espalham por fagos, como mostra a imagem
Os genes da resistência em bactérias se espalham por fagos, como mostra a imagem
Foto: Divulgação/Universidade Complutense de Madrid / Estadão

O diretor da Unidade de Resistência a Antibióticos da UCM, Bruno González Zorn, e um grupo de pesquisadores da UB, detectaram que esses genes bloqueiam vários tipos de antibióticos, como os carbapenêmicos e a colistina. "Os plasmídeos multicópia levam os genes da resistência mais perigosos até o momento", disse Zorn.

Segundo a UCM, a pesquisa poderá ajudar a desenvolver estratégias mais eficazes para lutar contra a disseminação dessas bactérias. / EFE

Estadão
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