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Prefeitura do Rio começa a levar idosos de comunidades para isolamento em hotéis

Um dia após pronunciamento de Bolsonaro, Crivella reforça apelo para que a população carioca fique em casa

25 mar 2020 - 13h23
(atualizado às 15h14)
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RIO - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou que 300 idosos moradores de comunidades da zona sul do Rio - região que tem concentrado os caso da doença - com risco de contaminação pelo novo coronavírus serão levados para "isolamento vertical" em três hotéis da cidade nesta quarta-feira. A Prefeitura quer expandir a medida e negocia com outros oito hotéis, disse durante entrevista coletiva online. "Estamos levando 300 idosos para dois hotéis. São pessoas que correm o risco de parar na UTI se contraírem a doença", disse.

O Rio de Janeiro tem apenas um caso oficialmente confirmado de coronavírus em uma comunidade, na Cidade de Deus, zona oeste do Rio. Há grande preocupação de que a doença se alastre nas favelas, onde moradores têm acesso restrito à água e esgoto e muitas famílias vivem aglomeradas em ambientes pequenos.

Crivella pediu a ajuda de pastores e sacerdotes católicos para conscientizar a população das comunidades da importância de manter o isolamento social pelo menos nos próximos 15 dias, período considerado crítico. O prefeito disse ainda que vai ampliar a fiscalização dos comerciantes na Maré.

Na coletiva realizada hoje, um dia após o presidente Jair Bolsonaro defender o fim do confinamento de massa em rede nacional, Crivella manteve os apelos para que a população carioca fique em casa. O prefeito frisou que o isolamento social será fundamental "nos próximos 15 dias". Inicialmente as medidas foram anunciadas por tempo indeterminado.

"Precisamos nesse momento mantermos religiosamente essas medidas, mas mantendo a esperança de que vamos vencer essa doença. Peço que continuem com essas medidas porque logo estaremos retomando as atividades e aulas para nossas 650 mil crianças", afirmou.

Crivella afirmou que serão mantidas as medidas de fechamento obrigatório do comércio, iniciado ontem, assim com a suspensão das aulas. No entanto, já anunciou o relaxamento dessa proibição para lojas de conveniência de postos de gasolina - que poderão funcionar no sistema "take away" (sem consumo no local) - e lojas de material de construção.

A Prefeitura informou que a secretaria municipal de Saúde distribuirá 50 mil cestas básicas a crianças cadastradas no Bolsa Família e Cartão Família Carioca, além das 20 mil encomendadas para doar a trabalhadores que dependem da circulação de pessoas nas ruas e que ficaram prejudicados com as medidas de isolamento social, como ambulantes, taxistas e outros profissionais autônomos.

Estadão
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