Os perigos da obesidade infantil
Os quilos em excesso adquiridos na infância e adolescência podem trazer muitos problemas de saúde no futuro
Os hábitos dos jovens mudaram muito nas últimas décadas. As brincadeiras de rua tão comuns antigamente se tornaram, muitas vezes, inviáveis - principalmente nos grandes centros urbanos. E a comida caseira foi substituída pelo fast-food e outras opções pouco saudáveis, como os ultraprocessados. Como resultado, o sobrepeso e obesidade têm aparecido cada vez mais cedo na vida das pessoas.
"Uma pesquisa do Ministério da Saúde constatou que 30% das crianças no Brasil sofrem com a obesidade infantil. Obviamente, isso tem relação com o estilo de vida, tempo de tela e excessos alimentares", fala Marcio Atalla.
Obesidade infantil prejudica a saúde dos jovens
"Antigamente, acreditava-se que os problemas de saúde decorrentes do sobrepeso só apareceriam na vida adulta, na forma condições de saúde como hipertensão e diabetes. Hoje, sabemos que isso não é verdade", alerta.
Os problemas decorrentes da obesidade infantil, portanto, já se manifestam em crianças e jovens. Por meio de exames, é possível constatar alterações nos níveis de glicose no sangue, pressão alta e colesterol alto.
Como o excesso de peso, usualmente, é decorrente de hábitos inadequados na alimentação e do sedentarismo, o jovem acaba tendo seu desenvolvimento emocional e cognitivo afetados.
O educador físico ainda lembra que obesidade é um processo inflamatório crônico. Isto é, o corpo fica permanentemente inflamado, o que é prejudicial à saúde.
Três dicas para reverter o quadro
Diminuição do tempo de tela
A recomendação é que a criança passe cerca de três horas diárias em frente ao celular ou ao computador por dia, excluindo o tempo de escola.
Atualmente, esse tempo é de cerca de 6 horas, em média. Ou seja, o dobro do ideal.
Alimentação balanceada
É responsabilidade do adulto oferecer um cardápio balanceado e variado, privilegiando um prato colorido e repleto de alimentos in natura, para os jovens.
"É preciso ter uma rotina e controle do que é ingerido, não podendo esses elementos serem deixados a critério das crianças e adolescentes. Também é preciso cuidado com a formação dos hábitos, por exemplo, transformar a sobremesa em recompensa e ordenar que a criança 'limpe o prato'. Isso precisa ser revisto", orienta Atalla.
Movimento é necessário
O sedentarismo é uma mazela que atinge adultos e jovens mundialmente. Cerca de 83% dos jovens no Brasil não faz a quantidade de atividade física recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isto é, cerca de uma hora diária.
"As crianças deveriam brincar mais, mas por questões de segurança e culturais isso não ocorre. Além disso, é preciso diminuir as horas que a criança passa sentada", coloca.