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O jejum intermitente é uma boa estratégia de emagrecimento para o verão?

Saiba mais sobre a tática que tem ganhado adeptos fervorosos

16 dez 2020 - 15h43
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Quando o verão começa a se aproximar, dietas milagrosas surgem de todos os lados. Capas de revistas, sites, redes sociais e o famoso boca a boca disseminam dietas mirabolantes para perder quilos de maneira supostamente fácil e rápida. Dentre as estratégias de maior destaque recentemente, está o jejum intermitente. Conheça os prós e contras de adotar esse cronograma alimentar. 

"Cada vez que nos aproximamos do verão, aparece uma nova promessa de perda de peso. E, nos últimos anos, cada vez mais gente apela para a manobra do jejum intermitente. Mas será que vale a pena?", pondera Marcio Atalla. 

Como funciona o jejum intermitente?  

Esse método consiste basicamente em intercalar longos períodos entre o consumo de alimentos sólidos, com o intuito de "forçar" o organismo a gastar o tecido adiposo acumulado para obter energia. O tempo ideal entre uma refeição e outra varia conforme o protocolo adotado, podendo chegar a 36 horas, nas quais apenas a ingestão de líquidos como água, chá, café sem a adição de açúcar está liberada.

Em situações normais, é a glicose advinda da alimentação que provê a energia que utilizamos para viver. A ideia por trás do jejum intermitente é que por meio do jejum, o organismo comece a quebrar os ácidos graxos, convertidos em cetonas pelo fígado, para fornecê-la. 

Conheça alguns protocolos de jejum

16h: não comer por períodos de 14 a 16 horas (o período de sono pode ser contabilizado nesse intervalo);

24h: o jejum dura todo o dia e é feito de 2 a 3 vezes na semana;

36h: não ingerir nada por um dia e meio; 

5 por 2: consiste em se alimentar normalmente por cinco dias e em dois limitar a quantidade de calorias a 500. 

"Essa é mais uma forma de tentar consumir uma quantidade menor de calorias do que as que são gastas e, assim, emagrecer. De fato, não existe nenhuma maneira de perder peso ingerindo mais calorias do que se gasta. Porém, as pessoas acreditam que fazendo essa manobra por si só obterão resultados, sem alterar seu estilo de vida", coloca Atalla. "É aí que está o problema", complementa.  

O jejum intermitente é para todos? 

"Algumas pessoas irão se adaptar a essa cronograma sem muito sofrimento e poderão levar uma vida quase normal. Irão acordar bem, com disposição e, na horas em que podem se alimentar, irão ingerir todos os nutrientes necessários. No entanto, só recomendo essa estratégia para quem realmente tem essa tolerância", orienta Atalla. 

Outro fator a se considerar é se a pessoa irá praticar exercícios em jejum. Pode ocorrer dela se sentir fraca ou até com tontura durante a atividade, principalmente se for um treino aeróbico. Dessa forma, além do mal-estar, o exercício também será menos eficiente. 

"Quem faz o aeróbico em jejum, realmente, queima um percentual maior de gordura. Todavia, essa quantidade fica na casa dos 3 a 5%, o que é muito pouco. Essa diferença só se tornaria relevante a longo prazo. Por isso, é preciso haver orientação de um profissional qualificado, que irá estabelecer se adotar esse plano é vantajoso ou não", aconselha o educador físico. 

Atalla reforça que, em termos práticos, o jejum acaba tendo o mesmo fim de outras dietas de emagrecimento. Isto é, após seis meses, 90% das pessoas volta ao peso anterior ou ainda ganha mais quilos.

"Apostar em mudanças duradouras, sustentáveis, em vez de rápidas, é uma maneira mais interessante perder peso e ganhar saúde. Lembrando que a alimentação é só um pilar do estilo de vida saudável, atividade física e sono também são importantes", finaliza.

Foto: Marcio Atalla
O jejum intermitente é uma boa estratégia de emagrecimento para o verão?:
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