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A importância da alimentação saudável na pandemia

Manter as defesas do corpo elevadas pode ser um agente importante no combate às infecções

4 jun 2021 - 14h02
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A alimentação saudável na pandemia pode evitar comorbidades, fatores de risco para as complicações da Covid-19
A alimentação saudável na pandemia pode evitar comorbidades, fatores de risco para as complicações da Covid-19
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Após mais de um ano do início da pandemia, a comunidade científica aprendeu muita coisa. Apesar de ainda não existir a cura para a Covid-19, os profissionais da saúde já sabem que: usar máscara, manter o distanciamento social, lavar as mãos com frequência e usar álcool em gel são fatores que ajudam a barrar o contágio da doença. 

É fato que ainda há um longo caminho para que o vírus seja desmistificado - afinal, já sabemos que suas variantes estão por aí. Mas, enquanto a população não é imunizada, conservar uma alimentação saudável pode evitar o aparecimento de comorbidades, como diabetes e hipertensão - fatores de risco para as complicações da Covid-19. 

"O estado nutricional é um fator importante para o bom funcionamento do sistema imunológico e para a proteção contra infecções virais. Durante a pandemia, foi observado que comorbidades como a obesidade, o diabetes e a hipertensão, por exemplo, acarretam em piora no quadro de Covid-19, cuja frequência de pacientes dentro deste cenário foi classificada como alta nas internações em terapia intensiva", destaca Carolina Beckman, nutróloga, médica cirurgiã e professora do Internato de Cirurgia Geral da Universidade do Estado do Pará. 

Além disso, investir em uma alimentação saudável pode ajudar o organismo a ter um melhor desempenho no combate às infecções.

"Frutas cítricas, que são ricas em vitamina C, e fibras, aumentam as propriedades anti-inflamatórias e reforçam as defesas do corpo. Vegetais de coloração verde-escura, como brócolis, couve e espinafre, possuem componentes como o ácido fólico que ajuda na produção de glóbulos brancos, responsáveis por combater agentes invasores; e também têm compostos sulfídricos, que ajudam na desintoxicação hepática", destaca Carolina.

A lista não para por aí!

"Os peixes reduzem o processo inflamatório e são fontes de ômega 3 e ácidos graxos - que, apesar de importante, não é uma substância produzida pelo corpo humano e, portanto, deve ser obtida pelos alimentos.

Além disso, alimentos ricos em zinco (como carnes, cereais integrais, sementes e leguminosas), oleaginosas (como castanhas, amêndoas, nozes e óleos vegetais), iogurte natural (que é rico em lactobacilos e probióticos), cogumelos (que têm ácido fólico e selênio em alguns tipos, um forte antioxidante que combate os radicais livres), alho (que possui muita vitamina A e C, e nutrientes que ajudam no bom funcionamento imunológico), gengibre (que tem ação bactericida e boa quantidade de B6 e vitamina C) e cúrcuma (fonte antioxidante e anti-inflamatória) também são alimentos que devem ser priorizados neste processo de melhora da imunidade", lista a nutróloga. 

Isolamento social e a balança 

É fato que a pandemia mudou a rotina a qual a maioria das pessoas estava acostumada. Passar mais tempo em casa se tornou necessário e, com isso, novos hábitos foram adotados. Enquanto algumas pessoas tiveram mais tempo para cuidar com atenção da alimentação, outras viram os ponteiros da balança subir - fato que pode estar muito associado ao aumento dos sintomas de ansiedade e, com isso, a maior ingestão de alimentos. 

"Descontar a ansiedade na comida é um perigo, já que a chance de comer uma quantidade maior do que a necessária de um alimento que não agrega para a saúde alimentar é enorme", alerta Carolina.

A profissional ainda ressalta que dietas restritivas não são recomendadas, o ideal é comer de forma equilibrada, fazendo escolhas inteligentes. 

"A maior dica é prudência, não precisa ser 100% restritivo, mas fazer escolhas inteligentes nas porções corretas. Um alimento que ajuda a saciar a vontade por doce é o chocolate com pelo menos 70% de cacau. Ele continua tendo açúcar e gordura, mas em quantidades menores do que nas versões ao leite ou branco", exemplifica. 

A especialista ainda dá outras alternativas. "Frutas assadas ou em chips, assim como as frutas secas, que têm sabor adocicado e são ricas em fibras, e os sorvetes caseiros de fruta são algumas opções. Mas existem alimentos salgados que também reduzem essa vontade: as carnes magras dão saciedade por mais tempo e ajudam a estabilizar os níveis de açúcar no sangue; os leites e derivados possuem boas concentrações de cromo, que também reduz a ansiedade por doces; outro exemplo são os ovos, que também diminuem picos de açúcar no sangue". 

Não se esqueça dos exercícios físicos!

Podemos dizer que a combinação perfeita para reforçar as defesas do organismo e garantir mais saúde é investir na alimentação saudável e na prática de atividades físicas.

É claro que é necessário evitar lugares com grande fluxo de pessoas e, se possível, tentar realizar alguns exercícios em casa. "Embora seja comum as pessoas associarem a saúde à alimentação saudável ou ao exercício físico como fatores individualizados, o corpo saudável, na verdade, demanda o equilíbrio entre os dois. Além disso, hoje em dia você encontra facilmente vários treinos gratuitos na internet para fazer em casa, com auxílio de equipamentos caseiros", finaliza a nutróloga. 

O ideal é se exercitar, pelo menos, 150 minutos por semana. 

Consultoria: Carolina Beckman, nutróloga, médica cirurgiã e professora do Internato de Cirurgia Geral da Universidade do Estado do Pará. 

Saúde em Dia
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