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Ministério desaconselha viagens à China; entrada de chineses não tem restrição

Ministério da Saúde do Brasil passou a desaconselhar viagens para a China nesta terça-feira, 28, após país ser considerado área de transmissão do coronavírus pela OMS

28 jan 2020 - 15h37
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SOROCABA - O Ministério da Saúde do Brasil passou a desaconselhar viagens para a China, nesta terça-feira, 28, depois que todo o território daquele país passou a ser considerado área de transmissão do coronavírus pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Até então, as áreas consideradas com transmissão local eram as províncias de Hubei e Guangdong. Algumas companhias aéreas já estão aceitando o cancelamento das viagens sem ônus para o passageiro. Quem vai viajar para outros países precisa redobrar as cautelas, pois a maioria dos aeroportos adotou medidas rigorosas de vigilância contra a doença.

Quem está com viagem marcada deve cancelar?

O Ministério da Saúde atualiza diariamente em seu portal na internet as áreas com transmissão local de acordo com as informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta terça-feira, o Ministério desaconselhou viagens para a China, depois que a OMS passou a considerar o país todo como área de transmissão. Conforme o Ministério, viajar para a China, só em caso de extrema necessidade. Algumas empresas aéreas estão permitindo o cancelamento gratuito de viagens para as províncias de Hubei e Guangdong e para outras regiões da China. Como algumas das principais atrações turísticas chinesas - o Museu Nacional, a Cidade Proibida, em Pequim, e parte da Grande Muralha - foram fechadas para turistas, esse pode ser um bom argumento para cancelar ou remarcar a viagem. Já a chegada de chineses ao Brasil - cerca de 250 por dia -, é monitorada, mas não tem restrições, a não ser que o viajante apresente sintomas.

E viagens para os demais países que já têm casos da doença confirmados?

O Ministério da Saúde ainda não emitiu restrição de viagens a essas regiões, mas orienta medidas de prevenção para quem vai a países como a Tailândia, onde há grande número de casos importados, e outros países asiáticos, além da Alemanha, Austrália e Estados Unidos. Praticamente todos os países recebem viajantes chineses. Para redução de risco, recomenda a higiene frequente das mãos, não compartilhar talheres e objetos de uso pessoal, evitar aglomerações e contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença.

Estou com gripe comum, posso viajar mesmo assim?

Em todos os aeroportos foram reforçadas a vigilância e as orientações para notificação de casos suspeitos do novo coronavírus. Se você tem sintomas que podem ser confundidos com essa doença, como tosse, espirros e febre, é recomendável que não viaje, pois pode ter de se submeter a exames e outras formas de investigação do quadro, quando em trânsito. Em alguns aeroportos, existem scanners que detectam quadro febril, por exemplo.

Em viagem, que cuidados tomar no aeroporto, avião e hotel?

No avião, pode-se usar máscara cirúrgica que ajuda a reduzir o risco. As equipes em terra foram orientadas para medidas extras de higiene dos aviões, porém, em caso de dúvida, solicitar toalha higiênica descartável para repassar a limpeza da bandeja e do encosto. Ficar atento para possíveis solicitações de lista de viajantes para investigação de contato. No táxi, menor contato possível com maçanetas e bancos. No hotel, importante observar as condições de higiene e desinfecção do quarto, banheiros e áreas de uso comum.

Quem está no Brasil, quando deve procurar o serviço de saúde?

O paciente precisa possuir o critério clínico, que é febre acompanhada de sintomas respiratórios (tosse, espirros, dificuldade para respirar) e atender uma dessas situações: ter viajado nos 14 dias anteriores para a China, período da incubação do vírus, ou ter tido contato próximo com um caso suspeito ou confirmado de coronavírus. Na unidade de saúde, o paciente deve ser encaminhado para unidade de referência para a doença.

Como as pessoas podem se precaver por aqui?

Não há vacina nem medicação específica para o vírus. Para reduzir o risco, deve-se adotar medidas simples de higiene: lavar as mãos com frequência, principalmente antes de consumir alimentos; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal; manter os ambiente bem ventilados; evitar contato próximo com pessoas que apresentem sintomas ou sinais da doença; ficar em casa se tiver resfriado ou gripe; quando possível, evitar aglomerações.

Há diferença de formas de se precaver de acordo com a idade?

Crianças pequenas estão mais propensas à infecção. Em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido, ou idosas, é maior o risco de quadro mais grave, inclusive pneumonia. Nesses casos, as formas de prevenção são as mesmas, mas os cuidados devem ser redobrados.

Estadão
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