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'Me sinto mais sossegado por estar aqui", diz idoso com cuidadora

Aposentado de 93 anos sofreu queda em casa, o que motivou contratação de dois auxiliares

4 nov 2018 - 06h11
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SÃO PAULO - Muito ativo e com hábitos saudáveis durante toda a vida, o representante comercial aposentado Joseph Cesar Sassoon, hoje com 93 anos, tentou manter, mesmo na terceira idade, a autonomia e a independência dos anos em que era mais jovem. Aos 90 anos, ainda dirigia, passeava pelas ruas do bairro onde mora e ia ao clube.

Até que, há três anos, o idoso sofreu uma queda em casa e, sem conseguir se levantar sozinho, ficou horas naquela situação, até um familiar o encontrar. "Ele ficou lá, caído, sem conseguir pedir ajuda. Levamos para o hospital, ele acabou desenvolvendo uma pneumonia e ficou uma semana internado. Naquele momento vimos que não podíamos mais deixá-lo sozinho", conta o engenheiro Cesar Sassoon, de 62 anos, filho de Joseph.

Foi a partir daí que o aposentado passou a contar com cuidadores 24 horas por dia. Eles o auxiliam nas refeições, no banho, na hora de tomar remédios e nos passeios pelo bairro. "Eu gosto muito de passear, gosto de caminhar no sol. Se eu não tivesse alguém para ir comigo, eu não poderia caminhar sozinho e ficaria só dentro de casa. Eu me sinto mais sossegado por eles estarem aqui", comenta o aposentado.

A companhia das caminhadas diárias é a cuidadora do período diurno, Luciana Silvia de Souza Nery, de 35 anos, que trabalha na casa de Joseph há um ano. "Uma das coisas mais importantes é tentar manter o idoso ativo, conversar bastante com ele, entender os gostos e manias. Tem de saber ouvir", diz ela.

Para os filhos de Joseph, que moram na região, mas que não podem ficar em período integral com o pai por compromissos profissionais, a presença de um cuidador de confiança na casa do pai traz tranquilidade. "Apesar de ele não ter nenhuma doença séria e estar lúcido, ele tem limitações de locomoção e deficiência auditiva. Então nós também ficamos mais sossegados de saber que tem alguém dando esse apoio", diz Cesar.

Braço direito. Mesmo sentimento tem a professora Maria Luiza Camargo Fleury de Oliveira, de 59 anos, que contratou cuidadoras para a mãe, Therezinha, de 88. "Elas são meu braço direito. Sabem tudo da rotina da minha mãe, mandam mensagem para a geriatra quando têm dúvidas, estão sempre em contato comigo e com os meus irmãos. Se aparecer uma manchinha nova no corpo da minha mãe, elas vão saber", conta Maria Luiza, que optou pelo serviço também por não ter disponibilidade integral para os cuidados que a mãe necessitava.

"Minha mãe perdeu a visão por causa do diabete e tem Alzheimer e Parkinson. Meu irmão mora fora de São Paulo e eu e minha irmã trabalhamos o dia inteiro. Não daria para deixá-la sozinha nessas condições", relata ela, que diz que é preciso analisar com cuidado o perfil do profissional a ser contratado. "Já tivemos outras cuidadoras que não deram certo. Uma delas maltratava a minha mãe. As que estão conosco agora vieram por indicação de outras pessoas e já estão aqui há quatro anos. Agora tenho tranquilidade e confiança."

Estadão
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