Governo do Rio Grande do Sul quer pesquisas científicas contra coronavírus com retorno a curto prazo
Entre os temas para os quais o governo busca pesquisas estão o desenvolvimento de testes rápidos e com custos competitivos
BRASÍLIA - O governo do Rio Grande do Sul convidou pesquisadores para que apresentem projetos científicos úteis ao combate aos impactos do novo coronavírus e que podem dar retorno a curto prazo.
Entre os temas para os quais o governo busca pesquisas estão o desenvolvimento de testes rápidos e com custos competitivos para para covid-19 e indicação de estratégias para o fim do isolamento social.
Um edital emergencial foi lançado pelo governo de Eduardo Leite (PSDB). O documento frisa que o momento exige soluções com bases científicas. Leite é um dos governadores com ressalvas à maneira como o presidente Jair Bolsonaro governa e conduz a crise.
Na chamada, o governo faz um apelo ao "grande número de cientistas altamente qualificados que o Rio Grande do Sul possui".
"A pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2, agente etiológico da COVID-19, representa uma ameaça de magnitude não enfrentada antes neste último século. Autoridades de saúde do mundo todo estão envidando esforços para conter a pandemia e salvar vidas. Em situações como essa, ciência é o instrumento mais eficaz na busca por soluções", diz o documento.
Até a manhã desta terça-feira, 7, o Rio Grande do Sul tinha 508 casos confirmados de covid-19 e oito mortes em decorrência da doença. O governo local tem defendido o isolamento social como principal estratégia de contenção do novo coronavírus.
Os pesquisadores têm entre os dias 7 e 16 de abril para apresentar as propostas. O resultado final com as propostas aprovadas será divulgado a partir do dia 4 de maio.
O governo gaúcho, por meio de sua Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapergs), vai financiar até R$ 400 mil por projeto. Ao todo, deverão ser gastos R$ 5 milhões. O prazo de execução é de 12 meses.
Os projetos solicitados devem ser relacionados aos seguintes temas:
- desenvolvimento de testes diagnósticos rápidos e de custo competitivo para a Covid-19;
- estudos epidemiológicos capazes de acompanhar a evolução da doença e de indicar estratégias para o fim do distanciamento social;
- desenvolvimento de produtos antivirais candidatos terapêuticos para a Covid-19;
- desenvolvimento, melhoria, simplificação e aceleração da produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
- desenvolvimento de serviços remotos de saúde;
- criação de soluções digitais para controle, monitoramento e previsão da disseminação do vírus;
- uso de inteligência artificial e de tecnologias digitais para referenciamento de pacientes e para melhoria da gestão do sistema de saúde;
- desenvolvimento e avaliação de técnicas de desinfecção e segurança sanitária;
- avaliação de impactos na saúde mental dos profissionais da área de saúde e da população em geral, bem como de impactos socioeconômicos e de mitigação de efeitos.