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EUA confirmam relação direta entre zika e microcefalia

13 abr 2016 - 19h51
(atualizado às 20h17)
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As autoridades sanitárias dos Estados Unidos confirmaram nesta quarta-feira (13) que o vírus da zika causa microcefalia e outros danos cerebrais congênitos em bebês de mães infectadas.

"Agora fica claro que o vírus da zika causa microcefalia", declarou Tom Frieden, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) em entrevista coletiva sobre o que classificou como uma relação sem "precedentes" entre uma doença transmitida através de uma picada de mosquito e defeitos congênitos graves.

Divulgado hoje no New England Journal of Medicine, o estudo dos CDC sobre este tema conclui que existe um vínculo, embora não em todos os casos de mulheres grávidas infectadas com zika.

Mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses – dengue, zika e chikungunya
Mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses – dengue, zika e chikungunya
Foto: Agência Brasil

O relatório afirma que apesar de as mulheres grávidas infectadas com o vírus da zika terem risco de ter bebês com danos cerebrais, nem todas darão à luz bebês com microcefalia ou problemas congênitos.

Outras das complicações vinculadas ao vírus e relatadas até agora são morte fetal, redução do líquido amniótico, danos no crescimento do feto e no sistema nervoso do mesmo, incluindo uma potencial cegueira. 

Frieden destacou que, apesar desta descoberta, ainda restam muitas perguntas sem resposta sobre as repercussões do vírus no feto. "Precisamos de mais respostas, que podem levar anos, como o alcance completo dos problemas de nascimento relacionados ao zika e em que momento da gravidez é maior o risco", disse.

Em fevereiro, um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D'Or divulgou um estudo que relacionava o vírus da zika e os casos de microcefalia em recém-nascidos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também afirmou recentemente que há evidências que apontam para uma relação entre o vírus da zika e a síndrome Guillain-Barré, que ataca o sistema nervoso.

Os CDC recomendam às mulheres grávidas não viajar às regiões afetadas pela doença e a utilizar preservativos ou se abster de ter relações sexuais com seus parceiros se estes viveram ou viajaram para uma área com casos, já que a doença pode ser transmitida através de contato sexual.

Além disso, aconselham aos homens que tiveram esta doença a esperar seis meses desde o momento em que experimentaram os primeiros sintomas para deixar de usar preservativos.

Os CDC também recomendaram a mulheres que foram infectadas pelo vírus a aguardar pelo menos oito semanas antes de tentarem engravidar.

EFE   
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