PUBLICIDADE

Estudo indica que coronavírus está evoluindo de forma mais controlada no Brasil

Crescimento mais lento no número de casos estaria relacionado ao fato de o País ter tomado medidas de contenção logo no início da epidemia

1 abr 2020 - 13h26
(atualizado às 15h29)
Compartilhar
Exibir comentários

RIO - A epidemia do novo coronavírus no Brasil está evoluindo de forma mais controlada do que em outros países, como China, Itália, Espanha e Estados Unidos. Esse crescimento mais lento no número de casos estaria relacionado ao fato de o País ter tomado as medidas de contenção logo no início da epidemia. No entanto, alertam especialistas, pode ser atribuído também à subnotificação e à demora na notificação dos casos. O problema seria mais grave em São Paulo, onde haveria mais de dez mil exames atrasados.

As conclusões estão na quinta nota técnica do grupo de especialistas da PUC-RJ e da Fiocruz, o Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), que está acompanhando a evolução da covid-19 no Brasil em comparação a outros países. O grupo vem fazendo projeções de curto prazo em três cenários: otimista, mediano e pessimista.

A nova nota, divulgada nesta quarta-feira, informa que entre os dias 21 e 22 de março os casos confirmados no Brasil ultrapassaram a predição pessimista, indicando um rápido crescimento da epidemia em relação aos demais países. Contudo, nos dois dias subsequentes, os casos confirmados estiveram entre o cenário mediano e o cenário pessimista, o que demonstrou uma tendência de diminuição do crescimento. Essa tendência foi confirmada entre os dias 24 e 30, quando os valores realizados estiveram entre o cenário otimista e o cenário mediano.

Segundo o trabalho, assinado por 14 especialistas, "embora parte deste efeito possa se dever às medidas de contenção, ressalta-se que o Brasil apresenta duas dificuldades na mensuração do total de casos positivos identificados: ausência de uma política de testagem ampla e o atraso na obtenção dos resultados e notificações".

Ainda de acordo com o levantamento, "a primeira afirmação se deve ao fato de não haver testes suficientes para analisar a evolução da doença na população. Já a segunda se deve ao aumento da demanda por testes, associada à falta de recursos e mão de obra qualificada para efetuar uma análise rápida".

Esse problema seria especialmente mais presente em São Paulo. O Estado terminou o período analisado com 1.517 casos confirmados, abaixo até mesmo do cenário otimista previsto anteriormente, indicando uma tendência de crescimento semelhante à do cenário otimista. No entanto, sustenta o relatório, há relatos de um grande número de exames em atraso no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, chegando a mais de dez mil casos.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade