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Epidemia de zika demonstra fracasso do acesso universal à orientação sexual

23 mai 2016 - 11h00
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A epidemia de zika na América Latina demonstrou o fracasso da comunidade internacional de oferecer acesso universal aos serviços de orientação sexual e planejamento familiar, segundo a diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.

"O zika revelou uma consequência extrema do fracasso de poder oferecer acesso universal aos serviços de orientação sexual e planejamento familiar", afirmou Chan em seu discurso perante a Assembleia Mundial da Saúde, que começou nesta segunda-feira em Genebra.

"A América Latina e o Caribe têm a maior proporção de gravidezes não desejadas do mundo inteiro", enfatizou o responsável da agência de saúde da ONU.

"A confirmação da relação causal entre a infecção (por zika) e a microcefalia transformou o perfil de zika de uma doença quase inócua a uma que tem um diagnóstico devastador para as mulheres grávidas e em uma ameaça para a saúde mundial", sustentou Chan.

O especialista chinês assumiu que o zika tomou todos de surpresa "sem uma vacina e sem um teste de diagnóstico confiável", e lamentou que a OMS só possa "dar conselhos".

"Para proteger mulheres em idade de gestação o único que podemos oferecer são conselhos. Evitar a picada de um mosquito. Adiar a gravidez. Não viajar para áreas com transmissão local", lembrou.

Chan lamentou o fracasso das políticas de planejamento familiar, mas também denunciou que o ressurgimento de doenças transmitidas por um vetor -neste caso o mosquito Aedes Aegypti- se deve também ao "fracasso" das políticas de luta contra este inseto.

"Antes de tudo, a expansão de zika, o ressurgimento da dengue, e a ameaça crescente da chicungunha são o preço a pagar pela fracassada política de ter abandonado a luta contra o mosquito nos anos 70", acrescentou.

EFE   
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