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Em editorial, revista 'Lancet' cita Bolsonaro por 'resposta fraca' ao coronavírus

Ao analisar as ações de líderes mundias à pandemia de covid-19, a publicação diz que muitos países ainda não levam a sério as recomendações da OMS e diz que Bolsonaro 'tem sido fortemente criticado e enfrenta a reação pública'

27 mar 2020 - 16h26
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SÃO PAULO - Uma das mais prestigiosas revistas médicas do mundo, a britânica Lancet publicou nesta sexta-feira, 27, um editorial em que analisa a reação de vários líderes à pandemia provocada pelo novo coronavírus e diz que o presidente Jair Bolsonaro "tem sido fortemente criticado por especialistas em saúde e enfrenta uma reação pública crescente pelo que é visto como sua fraca resposta".

De acordo com a revista, apesar de a covid-19 estar marchando "implacavelmente para o oeste" e "bloqueios que pareciam draconianos quando instigados em Wuhan há apenas dois meses agora estarem se tornando comuns", ainda há resistência de muitos países em seguir as "recomendações claras da OMS sobre contenção (testes generalizados, quarentena de casos, rastreamento de contatos e distanciamento social)". Em vez disso, diz a publicação, eles estão implementando "medidas aleatórias, com alguns tentando apenas suprimir as mortes, protegendo os idosos e aqueles com certos condições saudáveis".

A revista cita especificamente o Reino Unido, os Estados Unidos e a Suécia, cuja resposta inicial muito lenta parece hoje ter sido uma má ideia. "Enquanto os líderes lutam para adquirir testes de diagnóstico, equipamentos de proteção individual e ventiladores para hospitais sobrecarregados, há um crescente sentimento de raiva", pontua a publicação.

São citadas como reação iniciais equivocadas a negação e o otimismo equivocado, além da "aceitação passiva de mortes em larga escala". O periódico defende que a "experiência da China será crucial para entender como levantar restrições com segurança".

Falando especificamente sobre África e América Latina, a Lancet afirma que "sistemas de saúde frágeis logo devem logo ser sobrecarregados se a infecção se espalhar amplamente". E destaca que "pessoas que vivem em áreas urbanas pobres e superlotadas são especialmente vulneráveis; muitos não têm saneamento básico, não podem se auto-isolar e não têm licença médica paga ou previdência social".

O Brasil é citado em um momento que a revista afirma que "muitos governos nacionais responderam rapidamente, mas muitos ainda precisam levar a sério a ameaça da covid-19", uma vez que ainda ignoram a recomendação da OMS de evitar reuniões de massa. "O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem sido fortemente criticado por especialistas em saúde e enfrenta uma reação pública intensificada pelo que é visto como sua fraca resposta."

Estadão
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