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Doenças renais atingem 30% dos diabéticos

O controle dos níveis de açúcar no sangue é fundamental para preservar os rins

23 jun 2021 - 11h02
(atualizado às 11h08)
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O excesso de açúcar no sangue causa inicialmente uma hiperfiltração
O excesso de açúcar no sangue causa inicialmente uma hiperfiltração
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia
Até um terço dos diabéticos podem desenvolver doença renal crônica e muitos chegam a atingir a fase terminal quando os rins param de funcionar completamente e somente a hemodiálise ou o transplante garantem a manutenção da vida. 
Segundo a Confederação Internacional de Diabetes, o diabetes mellitus afeta 425 milhões de adultos no mundo. Somente no Brasil, são 16 milhões, cerca de 5% da população. 
"É comum as pessoas se preocuparem em comer menos alimentos com açúcares pensando apenas no emagrecimento. Porém, uma alimentação equilibrada e saudável não pode ser vista apenas como uma ferramenta estética. Na realidade, ela garante melhoria nos níveis de saúde como um todo.

O diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue, o que acarreta diversas complicações, principalmente lesões vasculares. 

Existe o diabetes mellitus tipo 1, que geralmente surge na infância, caracterizado por um defeito nas células do pâncreas em produzir um hormônio chamado insulina, que é responsável por colocar a glicose dentro da célula. Na ausência desse hormônio, os níveis de glicose ficam altos no sangue.

A maior parte dos pacientes diabéticos apresentam o tipo 2, que se manifesta após os 40 anos, e é caracterizado por uma resistência à insulina, o que acaba por também gerar um aumento dos níveis de glicose no sangue. 

Alguns fatores contribuem para o aparecimento dessa doença. Ingerir açucar de forma exagerada, carboidratos, gorduras e sal é grande inimiga da boa saúde. Nesse caso, primeiro surge a obesidade e a resistência à insulina.

Mas os problemas vão progredindo à medida que envelhecemos, com complicações mais graves como hipertensão arterial, diabetes, doenças nos rins, nos olhos, no coração e até nos nervos", alerta a Lecticia Jorge, nefrologista e gerente médica da Fresenius Medical Care. 

De acordo com a médica, os rins sofrem justamente porque o excesso de açúcar no sangue causa inicialmente uma hiperfiltração, que de maneira gradativa afeta os vasos sanguíneos e com o passar do tempo reduz a capacidade de filtração dos rins.
"Alimentos com alto índice glicêmico, como farinhas brancas, batata e açúcar refinado, são responsáveis por jogar rapidamente na circulação sanguínea grandes quantidades de glicose. Com isso, geram a necessidade de uma liberação rápida de muita insulina para colocar esse excesso de glicose para dentro das células e muitas vezes esse excesso será convertido em gordura.

É Importante notar que após esse pico de insulina e a entrada da glicose para célula, essa queda pode gerar fome e vontade de comer mais carboidratos de índice glicêmico alto. 

Assim, a obesidade e a resistência à insulina vão sendo desenvolvidas. Para o rompimento desse círculo vicioso e maléfico, é necessária uma alimentação saudável, com uma dieta rica em alimentos cuja absorção dos carboidratos é mais lenta, evitando assim os picos de insulina, como fibras, verduras e legumes de baixo índice glicêmico. E a prática regular de exercícios físicos. Estes são os aliados mais importantes", afirma Lecticia Jorge.
O diabético também é mais propenso à desidratação, a infecções e ao desenvolvimento de cetoacidose - estado grave no qual o corpo produz ácidos sanguíneos em excesso, o que o deixa predisposto à insuficiência renal aguda.
Sintomas
Entre os sintomas mais comuns, estão o aumento e a frequência do volume urinário, sede exagerada e visão turva. Mas qualquer tipo de diabetes mellitus pode evoluir silenciosamente nas suas fases iniciais, sendo ainda mais comum no diabetes tipo 2.
O que as pessoas com diabetes podem fazer para prevenir a insuficiência renal?
O controle dos níveis de açúcar no sangue é fundamental por reduzir a hiperfiltração e preservar os vasos dos rins, reduzindo o risco de desenvolver a doença renal crônica. Cuidar da pressão, evitar sal e fazer exercícios físicos são medidas preventivas também essenciais. "Além disso, o que se recomenda é fazer testes para medir a proteína albumina na urina e o nível de creatinina no sangue pelo menos uma vez por ano e, quando alterados, consultar um nefrologista. 
Evitar ingerir bebida alcoólica e fumar também é muito importante. Muitas pessoas com diabetes não desenvolvem a insuficiência renal crônica. Ser diabético nem sempre significa ter problemas renais", finaliza a médica da Fresenius Medical Care.
Consultoria: Lecticia Jorge, nefrologista e gerente médica da Fresenius Medical Care. 
Saúde em Dia
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