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Covid-19: 10 dúvidas sobre o vírus SARS-CoV-2

Infectologista fala sobre os tipos de máscaras; e alerta sobre preocupação com a variante Delta

18 ago 2021 - 10h55
(atualizado às 11h34)
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Covid-19: 10 dúvidas sobre o vírus SARS-CoV-2
Covid-19: 10 dúvidas sobre o vírus SARS-CoV-2
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Há dois anos que a Covid-19 fez com que as pessoas mudassem de hábitos e adotassem medidas de precauções contra o SARS-CoV-2. No entanto, ainda restam dúvidas referentes ao assunto e para ajudar a sanar algumas delas, o SD conversou com a Dra. Sandra Houly, infectologista e professora do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa).

Como evitar a Covid-19?

Usar de maneira apropriada os EPI's (equipamento de proteção individual) e eles devem ser descartados em contêiner apropriado após o uso;

Usar máscaras cirúrgicas ou N95, FFP2, FFP3, face shield;

Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool;

Manter o distanciamento social (distância espacial no mínimo de 1 metro).

Evitar aglomerações;

Afastar-se de pessoas que estão sob o risco de adquirir a doença em sua forma mais grave (gestantes, idosos ou funcionários com doenças crônicas).

Qual o risco de se contaminar mesmo com a imunização completa?

"Um estudo sobre vacinas mostra que após a vacinação a ocorrência de casos graves diminui significativamente, principalmente 10 dias depois da segunda dose da vacina. A curva que mostra a estabilidade do grupo vacinado evidencia que a eficácia da vacina é muito grande e muito semelhante ao que vemos na história da vacinação contra outras doenças, como o sarampo e até mesmo a vacina contra a gripe". 

Como o vírus é transmitido?

"A transmissão ocorre de forma horizontal entre indivíduos ou de forma zoonótica por meio da inalação de secreções respiratórias (fala, tosse, espirro), contato com fômites e de mãos, toque em mucosas como cavidade oral narinas ou olhos ajudam na proliferação do vírus".

"A transmissão fecal oral também pode ocorrer. A SARS-CoV-2 pode ser transmitida por aerossóis que permanecem em suspensão no ar por até 3 horas, com alcance de 7-8 metros após um espirro e em superfícies por até 9 dias .O período de incubação do SARS-CoV-2 consiste em até 14 dias após a exposição".

A  principal forma de contaminação é pelo ar . Por essa razão, deve-se usar máscaras o tempo inteiro mesmo quem já está com a imunização completa, isto é, com as duas doses.

Quais as máscaras ideais?

Máscaras são uma das formas mais eficazes de evitar o coronavírus. Segundo a infectologista, "as máscaras de pano protegem , mas não são tão eficazes como as máscaras profissionais cirúrgicas e as do tipo PFF2 /N95. Seu uso correto traz mais benefícios do que usar a máscara de modo inadequado . Essas máscaras devem ter dupla ou tripla camada, além, claro, de cobrirem  boca e nariz. Não deixar frouxa e não tocar na parte da frente da máscara". 

Máscaras cirúrgicas;

Máscaras N95;

Máscaras FFP2 FFP3;

"Atenção às máscaras de TNT, pois elas são feitas de polipropileno e as de tecido (de algodão) e com materiais sintéticos como lycra e microfibra , terão sua eficiência de filtração a depender de alguns fatores, como se elas possuem costura no meio protegem menos.

Àquelas com clipe nasal ajuda a fixar a máscara no rosto e dessa forma protege mais. Com as lavagens sequenciais das máscaras haverá um desgaste natural do tecido, e consequentemente, o material diminui sua eficiência". 

Quais os sintomas da Covid-19?

A doença apresenta 2 estágios:

1- Replicativo: replicação viral com sintomas leves iniciais que podem se manter estáveis ou progredir

2- Imunidade adaptativa: Ativação da resposta imune adaptativa resultando na queda dos títulos virais, mas que pode caminhar com um aumento da produção de citocinese inflamatória, dano tecidual e deterioração do quadro clínico.

De 43% a 99% por cento dos casos, os pacientes com sintomas da Covid-19 apresentam febre de 37,8 °C;Tosse: 50% a 82%; 

Fadiga: 11% a 70%;

Alteração do olfato: 5 a 98%;

Anorexia: 40%;

Mialgia ou artralgia: 11% a 15%;

Rinorreia: 5% a 14%;

Dispneia: 3% a 64%; 

Expectoração: 28% a 56%;

Cefaleia: 6% a 34%; 

Diarreia: 2% a 29%; 

Náuseas e vômitos: 0,8% a 10%;

Hemoptise: 1% a 5% por cento;

Dor torácica ou abdominal - 0,4%. 

O que fazer caso apareçam os sintomas. ?

Realizar o teste confirmatório para Covid-19 e caso teste positivo, obrigatoriamente precisa monitorar saturação. Se houver declínio gradual ou queda brusca na saturação de oxigênio procurar um atendimento médico de urgência. Suplementação precoce de oxigênio parece reduzir o trabalho respiratório, o que pode diminuir a lesão pulmonar.

A Covid-19 também  está associada à ocorrência de infarto, miocardite, arritmias e cardiomiopatia. Lesão renal aguda ocorre em cerca de 29 a 37% dos casos de pacientes com covid hospitalizados. Em torno de 14 por cento dos pacientes internados por covid precisarão de hemodiálise.

"Não basta salvar a vida desses pacientes. Há limitações físicas persistentes, o que torna necessário um acompanhamento ambulatorial durante um longo tempo com suporte médico, fisioterápico e nutricional para retomada das funções anteriores à doença", esclarece a Dra. Sandra Houly. 

Quais são as variantes que nos colocam em risco nesse momento?

No momento, a preocupação é com a variante Delta. Segundo publicação do jornal Folha de S.Paulo, "a Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), diz que essa variante é duas vezes mais transmissível, e uma pessoa infectada libera até mil vezes mais vírus do que aquela que está com Covid-19, por outro motivo". 

"O que falar do Brasil, onde a população adulta vacinada ainda é inferior ao desejável? No Estado de São Paulo, após esforços governamentais (de grande mérito) conseguiu-se imunizar a população adulta com a primeira dose. Mas, ainda se mostra insuficiente para proteção contra a variante delta. Na verdade, mesmo com a vacinação completa, ainda oferece proteção um pouco menor contra essa variante, quando comparada às demais cepas do coronavírus", diz SPI em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Quais exames diagnosticam a Covid?

Biologia molecular: RT-PCR para SARS-CoV-2;

Teste de antígeno rápido para detecção SARS-CoV-2; 

E o imunológico. 

Uma pessoa que já teve Covid-19 pode se reinfectar?

"Há uma porcentagem de pessoas que são acometidas pela covid e não fazem uma resposta imunológica boa e podem se infectar novamente.

Inclusive esses pacientes devem se vacinar também. Porque quando você foi infectado pelo coronavírus a gente não sabe quanto tempo dura a imunidade depois que você teve a doença. Alguns estudos sugerem uma imunidade de 90 dias, enquanto outros sugerem 6 meses. Se você pode dar uma reativada na sua produção de anticorpos contra o coronavírus, isso seria muito importante.

Estudos mostram que a vacinação aumenta a produção de anticorpos mesmo em pacientes já recuperados da Covid-19", explica a especialista. 

A contaminação pelo vírus tem a ver com a imunidade?

Sim. Pessoas com doenças crônicas, imunodeprimidas e diabéticas podem ter pior prognóstico.

Fonte: Dra. Sandra Houly, infectologista e professora do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) e jornal Folha de S.Paulo. 

Saúde em Dia
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