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Coronavírus

CoronaVac é eficaz contra variante de Manaus, mostra estudo

Segundo informação da agência Reuters, imunizante se mostrou efetivo em testes feitos com soro de vacinados

8 mar 2021 - 21h21
(atualizado às 21h29)
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SÃO PAULO - Resultados preliminares de um estudo feito no Brasil sugerem que a CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa SinoVac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, é eficaz contra a variante P.1 do coronavírus, originada em Manaus no final de 2020 e já presente em ao menos 17 Estados.

O imunizante teria se mostrado efetivo contra a nova cepa em estudos feitos com o soro de pessoas vacinadas, segundo afirmou à agência Reuters uma fonte envolvida nas pesquisas que não quis se identificar. Os estudos com soro geralmente avaliam se os anticorpos presentes no sangue do imunizante são capazes de neutralizar o vírus.

Funcionário segura caixa com doses da vacina contra Covid-19 CoronaVac em São Paulo
22/01/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Funcionário segura caixa com doses da vacina contra Covid-19 CoronaVac em São Paulo 22/01/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

De acordo com a Reuters, a fonte não divulgou mais dados nem informou quando os resultados serão divulgados publicamente ou em um artigo científico.

A informação sobre esses achados preliminares foi confirmada pelo Estadão com cientistas envolvidos nas pesquisas. De acordo com eles, além dos dados das pesquisas com o soro dos vacinados, resultados preliminares de estudos de efetividade também demonstraram redução de casos graves entre idosos, o que indicaria que a vacina está tendo eficácia no País mesmo em meio à disseminação da nova cepa.

Os estudos de efetividade são os chamados testes "de vida real", em que a eficácia da vacina é avaliada ao ser aplicada em massa na população. De acordo com as fontes, bons resultados já estão sendo observados em locais como São Paulo e Pernambuco.

Pesquisas recentes mostram que a variante P.1 é duas vezes mais transmissível do que as cepas predominantes no Brasil durante a primeira onda e aumenta em dez vezes a carga viral nas células do doente.

De acordo com os estudos, ela teria ainda uma probabilidade de 25% a 61% maior de escapar da imunidade desenvolvida a partir de uma contaminação prévia, o que favoreceria reinfecções. Não está claro ainda se esse escape poderia acontecer também com os anticorpos gerados pelas vacinas.

Na semana passada, fontes também informaram à imprensa que o imunizante Covishield, desenvolvido pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, se mostrou eficaz contra a cepa P.1, mas os dados dos testes não foram apresentados. Os resultados são prometidos para esta semana.

Em ambos os casos, a comunidade científica cobra que os resultados detalhados sejam divulgados para que a eficácia da vacina contra a cepa P.1 seja conhecida.

Estadão
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