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Com medo de nova onda de covid-19, China quer ampliar uso emergencial de vacinas em testes

Iniciada em julho com profissionais da linha de frente no combate à covid, utilização de imunizantes experimentais agora está sendo oferecida para estudantes e servidores públicos

20 out 2020 - 19h51
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Temendo uma nova onda de covid-19, a China quer ampliar para centenas de milhares de pessoas o uso de vacinas ainda em testes. O país asiático já autorizou o uso emergencial de três vacinas desenvolvidas pelas companhias chinesas China National Biotec Group Co. e Sinovac. A última é a responsável pelo desenvolvimento da coronavac, em testes no Brasil e que será produzida pelo Instituto Butantã.

Para as autoridades chinesas, a oferta de vacinas ainda em testes clínicos se justifica pelo risco do retorno de covid-19 por meio de viajantes e também pela segurança demonstrada pelas vacinas nos estudos até agora. Local de surgimento do novo coronavírus, a China registra hoje, em média, menos de 20 novos casos por dia, muitos importados, mas teme novos surtos locais.

O uso emergencial das vacinas foi autorizado em julho, inicialmente para trabalhadores de serviços essenciais e com alto risco de exposição ao vírus, como profissionais de saúde e agentes de fronteiras.

Desde então, as vacinas experimentais têm sido disponibilizadas também para funcionários de empresas estatais e membros do Exército e agora devem começar a ser oferecidas para estudantes que pretendem viajar ao exterior e, em algumas regiões, a qualquer pessoa. A Sinovac, por exemplo, já abriu cadastro em duas cidades chinesas para moradores interessados em tomar a vacina em testes.

A China National Biotec Group Co., que abriu inscrições para chineses que pretendem estudar no exterior, já registrou a inscrição de 168 mil interessados em tomar o imunizante. Considerando todos os grupos autorizados a receber a vacina experimental, já foram mais de 350 mil imunizados pela companhia, além dos 40 mil que participam das pesquisas clínicas.

Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, 20, o diretor de desenvolvimento da vacina contra o coronavírus na Comissão Nacional de Saúde da China, Zheng Zhongwei, afirmou que participantes dos programas de uso emergencial de vacinas são monitorados para notificação de quaisquer reações adversas. Ele destacou, porém, que nenhum sintoma importante foi reportado até agora, somente febre baixa e erupções na pele.

De acordo com Zhongwei, os parâmetros para uso emergencial de vacinas na China foram aprovados após rigorosa deliberação entre especialistas em vacinas e ética, e também obtiveram o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS). /BLOOMBERG E ASSOCIATED PRESS

Estadão
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