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Cidades do ABC preveem mais restrições do que o governo do Estado; cinemas e teatros vão fechar

Prefeito líder do consórcio de municípios diz ter medo da 2ª onda da covid; medidas em relação a igrejas são estudadas

30 nov 2020 - 21h30
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O consórcio intermunicipal Grande ABC, que reúne sete cidades, informou que adotará medidas até mais restritivas dos que as previstas pelo governo estadual. Teatros e cinemas, por exemplo, serão fechados na região, com exceção de Santo André. Nesta segunda-feira, 30, a gestão João Doria anunciou que todas as regiões do Estado vão regredir para a fase 3 (amarela) do programa estadual de flexibilização da quarentena.

Pelo Plano São Paulo, o Estado foi dividido em regiões e fases, que vão de 1 a 5, e podem reabrir gradualmente atividades econômicas a partir da classificação na fase 2. A diferença da fase 3 para a fase 4 (verde) é que a maioria dos setores de comércio e serviços deve reduzir o atendimento de 60% para 40% da capacidade total, funcionem por apenas 10 horas e até as 22 horas, no máximo.

Prefeitos de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra se reuniram nesta segunda-feira para analisar a decisão do governo. O consórcio prevê, por exemplo, fechar teatros e cinemas em todas as cidades, exceto Santo André, que ainda vai negociar com o setor. Está prevista também a proibição de eventos de jogos eletrônicos, boliches e serviço de valet nesses municípios.

As medidas entram em vigor na próxima quarta-feira, 2. Além disso, as cidades pretendem restringir piscinas e vestiários de clubes esportivos, além do veto à prática de esportes coletivos nesses locais. Representantes também entrarão em contato com as igrejas para avaliar alguma medida voltada a esse setor.

"Há uma preocupação muito grande com a segunda onda e pelo risco de ela ter uma intensidade maior que a primeira. Por isso, estamos prevendo restrições até maiores (do que as previstas pelo governo estadual)", disse o prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do consórcio, Gabriel Maranhão (Cidadania).

O prefeito diz que em sua cidade os efeitos ainda não foram sentidos, mas que isso se deveria a um maior isolamento em relação aos grandes centros. Ainda assim, esse cenário não ameniza a preocupação do gestor. "É um momento de muita tristeza e infelizmente a vacina ainda não está em prática. Mas tenho certeza que a população vai entender. A gente prioriza as vidas."

Em nota, o consórcio informou que está marcada para a próxima segunda-feira, 7, uma assembleia com objetivo de analisar os novos dados sobre a doença. "As prefeituras do Grande ABC reiteram que a população deve continuar colaborando com o isolamento social e seguindo os protocolos de higiene, com o objetivo de reduzir a contaminação pelo novo coronavírus e evitar a sobrecarga no sistema de saúde nos municípios", acrescentou o comunicado.

Estado diz recomendar mais fiscalização a cidades em situação crítica

Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, o governo vai sugerir às cidades em situação mais crítica o reforço da fiscalização por uso de máscara e contra aglomerações, além de fazer campanhas para conscientizar a população. A gestão Doria, porém, não deve orientar os prefeitos a adotarem medidas mais restritivas do que as previstas no Plano São Paulo.

Para o secretário, as situações mais agudas estão no ABC paulista na Baixada Santista, mais especificamente em Santos. No interior, o governo demonstra preocupação com Sorocaba. "Vamos passar o cenário (em reunião nesta terça-feira, 1º) para 62 cidades que estão com ocupação de leitos acima de 75% e crescimento superior a 10% nas últimas semanas", afirmou Vinholi ao Estadão. "Para elas, recomendamos mais fiscalização."

Estadão
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