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Psoríase, que afeta Kim Kardashian, tem impacto emocional

Doença provoca descamações na pele e, eventualmente, feridas; pacientes sofrem com preconceito

8 fev 2019 - 15h00
(atualizado às 16h21)
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Recentemente, a empresária Kim Kardashian voltou a falar que convive com psoríase, uma doença crônica e autoimune que se manifesta na pele. Ela citou o problema ao responder o tuíte de um site que dizia que ela sofria de um "dia ruim de pele".

Kim Kardashian
Kim Kardashian
Foto: Reuters

Além de sofrer com lesões e descamação da pele, as pessoas que têm psoríase precisam lidar ainda com os impactos socioemocionais da doença. Foi, em parte, o que ocorreu com a empresária.

"O principal impacto é na qualidade de vida das pessoas. Elas sentem vergonha da pele, evitam convívio social, param de frequentar praia, piscina, de usar bermuda", diz Ricardo Romiti, responsável pelo Ambulatório de Psoríase do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

O especialista menciona que, segundo estudos, o impacto da psoríase na qualidade de vida é maior do que de outras doenças, sejam dermatológicas ou não, como diabete e câncer. Além disso, é preciso lidar com o preconceito. "Justamente por não conseguir esconder [as lesões na pele], as pessoas acham que é contagioso e evitam ficar no mesmo ambiente", afirma Romiti.

Dados da pesquisa Psoríase Brasil, que coletou informações de 11 mil pessoas, mostram que 77% dos pacientes já sentiram algum preconceito, 48% mudaram hábitos e 81% tiveram autoestima e vaidade afetadas devido à doença.

Para casos mais leves, em que as lesões são pontuais, pomadas e cremes anti-inflamatórios resolvem o problema. Nas situações graves, quando o quadro se espalha pelo corpo, o tratamento com remédios biológicos é o mais eficaz, pois causa menos efeitos adversos. Antes disso, pode-se tentar tratamentos convencionais, com imunossupressores, mas que baixam a imunidade e acarretam comprometimento no estômago, fígado ou rim, explica Romiti.

Outras doenças que afetam a autoestima

A urticária crônica espontânea é uma doença caracterizada pela ocorrência de urticas, irritação na pele que causa coceira intensa. Para ser diferenciada da urticária aguda, a crônica se prolonga por mais de seis semanas.

"Com mais de seis semanas ou meses, fica difícil descobrir a causa e afastar algo, com segurança, que leve à melhora do quadro, então só tratamos", afirma Romiti. Basicamente, os sintomas aparecem sem que a pessoa tenha consumido algum alimento ou usado um produto que provoca as urticas, por isso é chamada de espontânea. O diagnóstico, segundo ele, é feito por exame clínico, ou seja, somente um especialista pode identificar. Em alguns casos, faz-se biópsia.

Assim como a psoríase, a urticária crônica espontânea tem fortes impactos socioemocionais. "[A doença] provoca coceira intensa, em que a pessoa não consegue fazer outra coisa e perde sono", explica o especialista.

O tratamento eficaz vai controlar os sintomas e pode ser feito com anti-histamínico, antialérgicos ou imunossupressores. Os resultados variam de acordo com o paciente e, diferente da psoríase, que não tem cura, a urticária pode ser revertida completamente.

Outra doença que pode causar desconforto para algumas pessoas, com repercussão no emocional, é o vitiligo. A doença, que afeta o ator Igor Angelkorte, que fez a novela O Outro Lado do Paraíso, caracteriza-se por manchas brancas na pele devido a deficiência de melanina.

Ricardo Romiti explica que não se sabe a causa do vitiligo, e a doença pode aparecer em qualquer fase da vida e se prolongar para sempre. O tratamento, segundo ele, varia; nos casos leves, pode-se usar pomadas e anti-inflamatórios.

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Estadão
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