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'Dezembro Laranja': conheça 10 fatores de risco para o câncer de pele

Surgimento de lesões que não cicatrizam e mudança de cor, tamanho ou regularidade em manchas já existentes são sinais de alerta

22 dez 2021 - 10h45
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Após quase dois anos de pandemia de covid-19, as pessoas estão, aos poucos, conseguindo sair mais. E, com a chegada do verão, cuidar da pele é essencial, mas não só nessa época do ano. Isso porque os casos de câncer de pele podem ocorrer independentemente do período ou estação do ano. "Acho que as pessoas que acabaram não visitando regularmente o dermatologista na pandemia devem procurar fazer uma consulta para avaliação das pintas", alerta a dermatologista Maria Paula Del Nero.

O aparecimento de uma lesão que não cicatriza ou mudança de cor, tamanho ou regularidade em uma lesão pré-existente, além de sangramentos, são sinais de alerta.

"Os pacientes normalmente chegam com lesões mais avançadas, que já apareceram há algum tempo", conta Nero.

A dermatologista Adriana Vilarinho também compartilha a experiência de consultório quando atende pessoas com sinais de câncer de pele: "Geralmente são pacientes que sofreram exposição crônica ao sol, que relatam queimaduras diversas ao longo da vida e que evitam se proteger ou usar filtro solar". A especialista ressalta que, em alguns casos, o exame clínico deve ser criterioso. "Muitas vezes encontramos lesões escondidas, no couro cabeludo, nas solas dos pés. Ou então lesões na face: testa, nariz. Por isso é tão importante o exame físico dermatológico completo anualmente", enfatiza.

O único câncer de pele que possui componente genético é o melanoma, o mais agressivo de todos e que pode levar a morte.

10 fatores de risco para o câncer de pele

Com ajuda da médica e dermatologista Maria Paula Del Nero, fizemos uma lista dos dez principais fatores de risco para o câncer de pele.

1. Pintas: "uma pinta ou marca de nascença é um tumor benigno", diz a médica. A maioria surge em crianças e adultos sem grandes problemas, mas "pessoas com muitos desses sinais têm um risco aumentado para desenvolver o melanoma", alerta.

2. Pintas displásicas: são atípicas e, muitas vezes, parecem com pintas normais, mas têm características do melanoma. "Elas são maiores e têm uma forma ou cor anormal. Podem aparecer na pele que é exposta ao sol, bem como na pele que, normalmente, está coberta, como nádegas ou couro cabeludo. Algumas pintas displásicas podem evoluir para melanomas", descreve Maria Paula.

3. Pintas congênitas: as pintas de nascença são chamadas de pintas melanocíticas congênitas e o risco de virar um melanoma varia de 0% a 5%, dependendo do tamanho. Quanto maior a pinta, maior o risco.

4. Pele clara, sardas e cabelos claros: "o risco de melanoma é maior para brancos do que para os negros. Os brancos com cabelos ruivos ou loiros, olhos azuis ou verdes ou pele clara com sardas ou que se queimam facilmente têm um risco aumentado para a doença", ressalta.

5. Histórico familiar: segundo a dermatologista, cerca de 10% dos pacientes com melanoma têm histórico familiar da doença. "Por isso é recomendável que os familiares próximos, como pais, irmãos e filhos, façam autoexame rotineiramente, consultem o dermatologista regularmente e reforcem a proteção solar".

6. Histórico individual: pessoas que tiveram melanoma têm risco aumentado para desenvolver novos tumores. Do mesmo modo, quem já teve câncer de pele basocelular ou espinocelular também têm risco aumentado de contrair melanoma.

7. Imunossupressão: pacientes que passaram por transplante, que sejam HIV positivo ou que façam tratamentos que afetem severamente o sistema imune, podem desenvolver melanomas.

8. Idade: "o melanoma é um dos cânceres mais comuns em pessoas com menos de 30 anos, especialmente em mulheres. Em casos familiares, o melanoma pode ocorrer em faixas etárias ainda menores", explica Maria Paula.

9. Gênero: antes dos 50 anos, o risco é maior para as mulheres; depois dos 50, o risco é maior em homens.

10. Xeroderma pigmentoso: Maria Paula conta que essa é uma condição rara e hereditária, resultante de um defeito em uma enzima que normalmente repara danos ao DNA. Pessoas com esta condição apresentam maior risco de desenvolver melanoma e outros cânceres de pele em uma idade jovem, principalmente em áreas da pele expostas ao sol.

A cirurgia de câncer de pele e tratamentos

A grande parte dos cânceres de pele tem cura quando diagnosticados em fase inicial. Para isso, o papel do cirurgião plástico é assegurar que o tumor seja retirado por inteiro e com margens de segurança - o que significa que uma parte da pele saudável também deve ser removida.

"Além disso, o tratamento é programado de forma que ele traga o melhor resultado estético possível, sem causar sequela funcional. Esse procedimento tem graus variados de complexidade que dependem do tamanho, do tipo e da localização da lesão, sendo que geralmente a cirurgia basta - pois na maioria das vezes trata-se de uma doença restrita à pele", explica Larissa Sumodjo, cirurgiã plástica pela Sociedade Brasileira de Cirugia Plástica (SBCP).

Na grande maioria dos casos, o procedimento é realizado em centro cirúrgico com a ajuda de um médico patologista. "As técnicas cirúrgicas existentes para a cobertura são enxertia de pele (total ou parcial), retalhos cutâneos (locais ou a distância) a depender da extensão da lesão. A ressecção dos tumores é sempre feita com margem de segurança que varia de acordo com o tipo histológico do tumor, carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e o melanoma", pondera a cirurgiã Tatiana Moura.

Como se prevenir contra o câncer de pele

Alguns cuidados para prevenção ao câncer de pele são fundamentais, mesmo se você não for para a praia ou piscina neste verão. São hábitos saudáveis para manter a pele sempre hidratada e protegida.

"Usarem protetor solar diariamente com FPS acima de 30 e ,se notarem alguma lesão nova ou antiga que está sofrendo mudanças, procurar imediatamente um dermatologista", aconselha Maria Paula Del Nero.

Outra dica importante é, se for tomar banho de sol, não se expor em horários de pico, como das 10h às 16h, e consultar um dermatologista anualmente.

Estadão
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