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Após Crivella liberar, Justiça proíbe cultos religiosos

Decisão atende a pedido feito pelo Ministério Público, que vê risco de aglomerações e alta propagação do vírus

30 mai 2020 - 14h58
(atualizado às 15h45)
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RIO - A Justiça do Rio concordou com ação do Ministério Público e proibiu a realização de cultos religiosos presenciais na capital fluminense. Nesta semana, o prefeito Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, havia permitido os encontros – tendo como base decreto do presidente Jair Bolsonaro que classificou os templos como "serviços essenciais".

Após Crivella liberar, Justiça do Rio proíbe cultos religiosos por causa do coronavírus
Após Crivella liberar, Justiça do Rio proíbe cultos religiosos por causa do coronavírus
Foto: RICARDO CASSIANO/AGÊNCIA O DIA / Estadão Conteúdo

Na ação, o MP alegou que, por serem locais de difícil controle das medidas de isolamento, os templos promoveriam aglomerações e poderiam acabar propagando ainda mais o vírus na cidade que tem a maior taxa de letalidade do País. A decisão favorável foi dada pelo juiz Bruno Bodart.

Ao citar a Defensoria Pública, o magistrado considerou pertinente a preocupação com a suposta ausência de diretrizes técnicas nas medidas adotadas pela Prefeitura.

Segundo o MP, em nenhum momento o "direito ao culto" foi ignorado, já que há a possibilidade de cerimônias serem feitas de modo virtual.

"A medida de flexibilização adotada pelo município, e agora derrubada pela Justiça, viola diversos princípios constitucionais, como a razoabilidade, precaução e prevenção na saúde, podendo, ainda, ser considerada, no mínimo, erro grosseiro, uma vez que é contrária a estudos técnicos epidemiológicos", alegou o MP, ao comemorar a decisão.

Na última segunda-feira, 25, Crivella fez acenos a Bolsonaro no âmbito do decreto presidencial. Ao comemorá-lo, publicou o seu próprio no mesmo dia. O prefeito vem se aproximando do presidente nos últimos meses em busca de apoio para sua tentativa de reeleição – ele é rejeitado por 72% da população, segundo a última pesquisa Datafolha.

Estadão
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